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Quarta, 24 Setembro 2014 12:04

«Homem de preto», o terror das mulheres em Luanda

Mais de três cidadãs foram violadas esta semana, no bairro da Petrangol, município do Sambizanga, nas imediações da Administração Comunal do Ngola Kiluanji, por um jovem desconhecido, cerca das cinco horas da manhã.

O referido jovem veste-se todo de preto, usa toca na cabeça no intuito de ofuscar o seu rosto, mas as vítimas descrevem a sua estrutura como um homem alto, escuro e grosseiro que espera mulheres nas esquinas do bairro para violar.

Assim foi o caso de uma senhora de aproximadamente 50 anos, violada numa casa abandonada no bairro pelo mesmo «homem de preto». Depois da acção criminosa, o «homem de preto» desapareceu abandonando a mulher no interior da casa, dizendo que iria buscar outra surpresa.

A mulher aproveitou os minutos de ausência do meliante, saiu da casa e escondeu-se entre as viaturas estacionadas no local. De repente viu o «homem de preto» a chegar com três jovens, por sinal seus cúmplices.

A vítima, sem forças para ir para casa, pediu a uma jovem que ligasse ao esposo para que fosse a sua busca, contou Marta que amparou a senhora naquele momento de angústia.

Rosa Dias, outra moradora, conta que num dia de trabalho, às seis horas da manhã, foi atacada pelo pescoço pelo mesmo homem. Rosa explica que no momento sentiu como se a vida estivesse no fim, uma vez que o físico do malfeitor é muito superior ao seu e pensou que não se livraria tão facilmente das mãos do criminoso.

«Não acreditei quando ele decidiu deixar-me ir embora, porque todas as mulheres com quem ele cruzou foram violadas; eu quase morria asfixiada, não sei de onde veio esse homem que de repente espalhou o terror pelos seus actos maldosos» protestou.

Outra tentativa de violação envolve uma senhora, identificada apenas por Fina, de 37 anos e mãe de cinco filhos. A mesma saía de sua casa a caminho da casa de sua mãe, quando de repente pelo caminho deparou-se com o «homem de preto» às seis horas da manhã.

O indivíduo agarrou-lhe os braços e pediu para o acompanhar até ao beco sem que fizesse algum movimento brusco. Para sua sorte, apenas lhe recebeu o telefone e o dinheiro que levava, apesar de ter sofrido apalpões até nas partes íntimas. Mas Fina explica que ainda lutou bastante até que se livrou das mãos do malfeitor e gritou por socorro.

Cidadãos preocupados

Polícia promete reforçar segurança Joaquim dos Santos diz estar preocupado com o índice de criminalidade em Luanda, principalmente na Petrangol, alegando ter filhas jovens e estudantes a correrem o risco de um dia serem vítima do «homem de preto».

«Não se sabe o estado serológico do indivíduo e com que objectivo o mesmo viola as mulheres. Não espero que aconteça, mas de hoje em diante vou-me prevenir e, caso um dia ele venha a atacar uma de minhas filhas, não vou esperar que a polícia tome conta da situação. Eu mesmo vou matá-lo, sem sombra de dúvidas e posteriormente resolvo com a polícia», advertiu o cidadão.

Ainda de acordo com uma fonte que preferiu falar no anonimato, há um jovem assaltante naquele bairro, Petrangol, conhecido por Toiloy, fumador de liamba, que já foi preso várias vezes. «Ele faz e desfaz e até parece que criou amizade na esquadra, porque conforme é preso, é da mesma forma que recebe soltura e quem sofre é o povo», alertou uma moradora, acrescentando que «é um jovem que cresceu no bairro e tinha boa conduta, conhecemos os falecidos pais, mas durante um tempo entrou na droga e agora, ele e os seus amigos, enveredaram por assaltos à mão armada».

De acordo com ela, se a polícia quiser detê-lo será muito fácil em função do nome e da direção da sua residência, de dia está em casa, para a noite satisfazer o vício de criminoso.

Questionada se o assaltante não seria o «homem de preto», respondeu que não. Toiloy é baixinho e um pouco claro; já o «homem preto» é escuro, alto e corpulento, por isso não são a mesma pessoa.

Entretanto, as vítimas clamam a quem de direito, para criar políticas que visem encontrar soluções para assegurar a integridade física dos milhares de transeuntes que circulam no respectivo bairro, sem saber quando e onde os bandidos vão atacar.

 Semanário Angolense

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