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Terça, 20 Abril 2021 01:10

CNJ pode avançar com queixa-crime contra jovens da UNITA por agressão ao seu presidente

Para a organização juvenil, foram jovens da UNITA que, na tarde de Sábado, infiltraram-se na manifestação dos universitários com o objectivo único de agredir o seu presidente, Isaías Calunga

O Conselho Nacional da Juventude (CNJ) poderá, nos próximos dias, avançar com uma queixa- crime contra os jovens que agrediram, na tarde de Sábado, o seu presidente, Isaías Calunga.

O líder associativo foi escorraçado, pontapeado e ofendido verbalmente por um grupo de jovens durante a manifestação de estudantes universitários que protestavam, nas ruas de Luanda, contra o aumento de propinas. Isaías Calunga foi inclusivamente empurrado com brutalidade pelo grupo, tendo o pior não acontecido devido à pronta intervenção dos agentes da Polícia Nacional.

O porta-voz do CNJ, Jovete Silva, garantiu, ontem, ao jornal OPAÍS, que a instituição tem identificado os jovens que agrediram o seu presidente, Isaías Calunga. Conforme explicou, ao contrário do que se tentou passar, que os jovens são pertencentes ao Movimento Estudantil Angolano (MEA), os agressores são da UNITA e foram escalados pelo partido para criar arruaças e agredir Isaías Calunga.

Segundo ainda Jovete Silva, os jovens infiltraram-se na manifestação dos universitários para macular os objectivos dos protestos, criando arruaça e violência.

Jovete Silva assegurou ainda que os jovens que agrediram Isaías Calunga estão perfeitamente identificados e que poderão ser responsabilizados pela “violência gratuita” contra o presidente do CNJ. “Estes jovens são conhecidos. Não é a primeira vez que optam pela violência para atingirem os seus objectivos. Inclusive o traje que usaram foi completamente diferente dos jovens do MEA.

Eles vieram simplesmente para criarem violência”, frisou.

O recado

Segundo ainda Jovete Silva, com este acto violento, os jovens deixaram um recado claro que a violência é o método que o partido UNITA de Adalberto Costa Júnior quer usar para atingir o poder a todo o custo.

Para o efeito, frisou, a UNITA tem encontrado como saída a instrumentalização de grupo de jovens para se insurgirem contra as figuras e as instituições legalmente constituídas. As entidades de direito, o responsável apela à máxima atenção no sentido de se tomarem as devidas responsabilizações deste grupo que considerou como “inimigos da paz e da estabilidade social”.

“Não é norma os jovens angolanos serem violentos. Estes que enveredaram por esta prática foram, infelizmente, instrumentalizados pela UNITA. O que é lamentável”, deplorou.

“UNITA fala em desvio do foco”

Em reacção à acusação, o secretário nacional da JURA, braço juvenil da UNITA, Agostinho Camuango, disse não ser verdade que os jovens que agrediram o presidente do CNJ sejam da UNITA. Conforme explicou, não foi a UNITA que organizou a manifestação, logo, à partida, não pode ser esta a ser responsabilizada pelos incidentes ocorridos.

No seu entender, o que se está a tentar fazer é um desvio do foco para para imputar responsabilidades às pessoas que não têm nada a ver com o ocorrido. De acordo com Agostinho Camuango, a UNITA, por via da JURA, não precisa usar ou pagar jovens para agredir quem quer que seja.

A UNITA, frisou, é a favor do diálogo e não da força para alcançar o poder. Agostinho Camuango disse ainda que a JURA lamenta o que ocorreu com o presidente do CNJ e apela aos jovens a pautarem por métodos mais urbanos para exigirem o cumprimento dos seus direitos.

“Por isso, dizer que a UNITA, por via da JURA, esteja envolvida nisso, é uma forma de desviar o foco. Nós não temos nada a ver com o que aconteceu, até porque não fomos nós que organizamos a manifestação”, frisou. OPAIS

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