A informação foi transmitida pela diretora geral da UIF, Francisca de Brito, exortando as outras entidades sujeitas, como seguradoras e casinos, a reportarem “sempre que estiverem perante a uma operação suspeita de branqueamento de capitais”.
“Porque recebemos declarações de transações em numerário e declarações espontâneas apenas dos bancos que comunicam à UIF com maior regularidade sobre essas operações”, explicou a responsável, durante um debate sobre “Prevenção do Branqueamento de Capitais e o Financiamento ao Terrorismo”.
O sistema institucional de prevenção do branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo angolano é composto pelo Ministério Público, supervisores e reguladores, entidades sujeitas (bancos, seguros, valores mobiliários, jogos, casas de cambio, imobiliárias,) órgãos policiais e sociedade civil.
Segundo Francisca de Brito, única oradora do encontro, na última semana a UIF fez uma simulação de avaliação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e nela foi questionada a falta de informações de outras entidades sujeitas.
Além de estatística, a diretora geral do UIF apontou a rotação de quadros, a falta de pessoal, de meios técnicos, a fraca supervisão (não financeira), a insuficiente aplicabilidade da lei, número de investigações e de condenações como pontos fracos nas ações da instituição.
O apoio político, a legislação, existência da maioria de supervisores relevantes, e a existência de ‘compliance off’ (cumprimento de regras) foram apontados como pontos fortes da UIF.
Uma narrativa histórica dos 10 anos da UIF, assinalados em 15 de fevereiro, também foi apresentada no encontro.
Francisca de Brito recordou que depois de anos a ser monitorizada pela GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional), apenas em 2016 Angola foi retirada da lista de países não cooperantes pelo facto de não possuir o sistema eficiente de prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
O sistema angolano de anti-branqueamento de capitais e de combate ao financiamento do terrorismo e a prevenção do branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo foram temas em discussão neste encontro, organizado pela Média Rumo, no âmbito das “Conversas com Rumo”.