Segundo o porta-voz do Ministério do Interior (Minint), Waldemar José, que falava à Televisão Pública de Angola (TPA), o Serviço de Investigação Criminal (SIC) tem em mãos o processo para apurar as motivações da actuação do cidadão angolano Hélder Silva, autor do vídeo divulgado numa estação televisiva.
"Durante 72 horas no terrenos, as autoridades não conseguiram localizar o tal espaço e muito menos manter contacto com o cidadão", disse.
Conforme o oficial da corporação, trata-se de um caso que pode configurar crimes de burla, fraude, tráfico de crianças e denúncia caluniosa.
Na última terça-feira, uma cadeia de televisão portuguesa emitiu a peça em que o cidadão angolano denuncia a situação de petizes que aparentam um quadro de desnutrição grave.
Na referida peça, o cidadão afirma que o local estaria a albergar pelo menos 200 crianças, grande parte delas com doenças infecciosas, como sarna e tuberculose.
Envolvida no caso, por ter sido a ponte para fazer chegar o vídeo à televisão portuguesa, a responsável da Casa de Oração Pedacinho do Céu, Fátima Bata, disse não conhecer pessoalmente Hélder Silva, tendo apenas como contactos via telefone e vídeo chamadas.
Em declarações à Televisão Pública de Angola, adiantou que a sua intenção era abrir uma associação de apoio às crianças vulneráveis ou, eventualmente, uma igreja em Angola.
Por seu turno, os progenitores das quarto crianças recuperadas na quarta-feira, já em tratamento no Hopital Pediátrico David Bernardino, Guilhrmina Domingos e Xavier Joaquim, respectivamente, dizem ter sido enganados por Hélder Silva.
Denunciam que tiveram a promessa de receber ajuda para a resolução dos problemas de saúde das crianças.
Guilhermina Domingos avançou que Hélder Silva apareceu em sua casa apresentando-se como membro de uma ong disposta a ajuda-la a superar os problemas do filho.
Xavier Joaquim adiantou que não conhece Hélder Silva, e que o mesmo apareceu em sua casa quando estava em serviço.