Sábado, 20 de Abril de 2024
Follow Us

Sábado, 01 Fevereiro 2020 09:15

Mãe de Isabel dos Santos suspeita de lavar milhões de euros

Terá transferido cerca de 10 milhões de euros do estrangeiro para o EuroBic, em Portugal, em 2012.

A mãe de Isabel dos Santos foi apanhada em várias operações suspeitas de branqueamento de capitais em Portugal. Ao que o CM apurou, Tatiana Cergueevna Regan, de nacionalidade russa, terá transferido, em 2012 e numa fase posterior, um total de cerca de 10 milhões de euros do estrangeiro para o Banco BIC, cujo nome mudou para EuroBic em 2017, em Portugal. As operações suspeitas terão sido comunicadas às autoridades judiciais.

Tatiana Cergueevna Regan, cujo apelido inicial era Kukanova, terá transferido a verba em várias operações de contas sediadas no estrangeiro para o Banco EuroBic. A maioria das transferências terá sido feita em 2012, mas haverá também movimentos posteriores.

A mãe de Isabel dos Santos é um dos clientes do Banco EuroBic que foram identificados "em operações suspeitas deficientemente examinadas ou não examinadas", no relatório da inspeção sobre branqueamento de capitais que o Banco de Portugal (BdP) fez ao EuroBic em 2015. O relatório da inspeção do BdP não indica o montante, nem o tipo de operações realizadas pela mãe da empresária. Isabel dos Santos é a principal acionista do EuroBic.

O documento do BdP refere que, "através da análise da amostra, observaram-se diversos casos em que foram realizadas diligências com vista à obtenção de informação adicional sobre as operações em causa, a partir das quais se poderia exigir uma análise mais aprofundada e em que tal não aconteceu." E indica que esta situação ocorreu "nos casos dos clientes Tatiana Cergueevna Regan (mãe da principal acionista do Bic), Ana da Conceição Ferreira dos Santos (cônjuge de Jorge Manuel dos Santos ‘Sukissa’, general das Forças Armadas de angola), Yuhua Zhang e Victoria Holding Limited (empresa cujo diretor é Mario Leite, representante de várias empresas detidas por Isabel dos Santos)."

Questionado sobre estas operações suspeitas, o EuroBic afirmou: "O Banco não comenta relações particulares nem revela quem é cliente. A lei assim obriga. O que repetimos é que toda a informação solicitada pelo BdP foi entregue, como é nosso dever, àquela instituição."

Já o Banco de Portugal respondeu: "Na sequência das inspeções realizadas ao EuroBic, designadamente em 2015, o BdP fez várias comunicações de operações suspeitas à Polícia Judiciária e à Procuradoria-Geral da República, como lhe compete sempre que são detetadas situações que envolvam questões de âmbito criminal e que não tenham sido reportadas pelas instituições supervisionadas."

Rate this item
(3 votes)