O governo e as instituições angolanas estão interessados na democracia, disse um dos dirigentes parlamentares do MPLA, João Pinto.
O MPLA, partido no poder em Angola, lamentou hoje em Luanda o "comportamento irresponsável e sem escrúpulos" de partidos da oposição angolana, que nos últimos dias "arrastou incautos cidadãos para a confrontação com as autoridades públicas".
Luanda viveu momentos de agitação política, no último Sábado, 23, durante a tentativa de manifestação pacífica convocada pela UNITA, em todo o país, para protestar contra as (presumíveis) mortes dos cidadãos Alves Kamulingue e Isaías Cassule, desaparecidos em Maio do ano passado. A Polícia Nacional (PN) não permitiu que esta força política realizasse a sua actividade.
O novo Chefe dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado, Eduardo Filomeno Barber Leiro Octávio, foi hoje empossado numa cerimónia orientada pelo vice-presidente, Manuel Domingos Vicente.
O Grupo Parlamentar do MPLA recomendou nesta quinta-feira, em Luanda, que as entidades políticas do país, sobretudo a oposição, trabalhem para manter e aprofundar o diálogo, respeitando as regras do Estado democrático e de direito, no sentido de permitir às instituições o seu pleno funcionamento.
O voto apresentado pelo Bloco de Esquerda, que condenava os assassinatos dos ativistas Alves Kamulingue, Isaías Cassule e Manuel "Ganga" e pedia a libertação dos presos políticos em Angola foi chumbado pelas bancadas do PSD, PS, CDS, PCP e Verdes. Seis deputados socialistas votaram a favor da condenação e outros oito abstiveram-se. Um deputado do PSD pediu para registar em ata que saiu da sala no momento da votação.
Questionado sobre se o Presidente estava a ser submetido a tratamento para cancro, o chefe da diplomacia angolano Georges Chicoty disse: "Não tenho nada a dizer, porque não é verdade".