A saída de Armando Manuel surge num contexto que culminou com a reviravolta da posição de Angola nas recentes negociações com o FMI é apontado como uma das razões que conduziram agora ao afastamento de Armando Manuel do cargo de Ministro das Finanças
Depois de haver garantido a adesão de Luanda a um programa de ajuda financeira daquele organismo, Armando Manuel acabaria por ser obrigado a dar o dito pelo não dito. “A proposta de adesão àquele programa, em vésperas das eleições, não caiu bem junto do Presidente”, revelou uma fonte da direção do MPLA.
Convidado a apresentar os seus argumentos numa reunião da cúpula deste partido, Armando Manuel nunca foi capaz de convencer Eduardo dos Santos da justeza da intervenção do FMI.
Antes de sair do Ministério das Finanças, Armando Manuel teve ainda tempo de preparar o orçamento rectificativo para este ano. Entre outros aspectos, o crescimento económico foi revisto em baixa, passando de 3,3% para 1,3%. De acordo com o semanário angolano Expansão, é preciso recuar a 1994 para encontrar uma taxa de crescimento tão baixa. Estima-se que o sector petrolífero cresça 4,1% e que o sector não petrolífero tenha um recuo de 0,01%.
Além disso Ministério das Finanças, teve dificuldades na arrecadação de divisas e na importação de produtos, e com a inflação a subir face a crise económica no país, fruto do baixo preço do petróleo (principal fonte de receitas de Angola).