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Quinta, 09 Fevereiro 2023 17:22

Enviado especial de Biden vem a Angola dar recados sobre a China

Presidente João Lourenço (à dir.) recebe Amos Hochstein Presidente João Lourenço (à dir.) recebe Amos Hochstein

Amos Hochstein, enviado especial do Presidente norte-americano, aconselhou hoje o Governo angolano a apostar em parcerias que contribuam para o desenvolvimento sócio-económico, ao invés de optar por parcerias que se traduzem em «dívidas avultadas», que podem colocar em perigo a próxima geração, no que pareceu um claro recado à China, que é, há vários anos, o maior credor do País.

" (...) Não estamos aqui para competir [com outros Estados], acreditamos que os países africanos devem fazer as suas escolhas e trabalhar com governos e companhias para desenvolver as suas comunidades, e que contratem cidadãos locais para trabalharem nestas mesmas empresas, e que paguem a essas pessoas um salário alto, oferecendo assistência médica, e que invistam nas comunidades, portanto, é este tipo de parceria que, de facto, faz crescer a economia", referiu Amos Hochstein, tendo reiterado que, para Angola, o ideal é "trabalhar de uma forma transparente e aberta e não criar uma sucessão de dívidas avultadas que, mais tarde ou mais cedo, vão colocar em perigo as próximas gerações".

O coordenador presidencial especial para infra-estruturas globais e segurança energética dos Estados Unidos da América trouxe de Washington a garantia de que "o presidente Biden quer e tem o compromisso de relançar as relações de cooperação com Angola".

Depois do encontro que manteve com o Presidente angolano João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta, o enviado especial de Joe Biden, que veio a Angola na sequência da Cimeira Estados Unidos da América-África, realizada em Dezembro do ano passado (ver links em baixo nesta página), reafirmou esse "compromisso" da Administração Biden para com o continente africano em geral, e Angola, em particular.

Amos Hochstein Informou que durante o encontro com o Presidente angolano teve a oportunidade de discutir questões ligadas ao investimento em curso das empresas norte-americanas em Angola e a nível da África Austral e Central. 

"A colaboração entre os Estados Unidos e Angola é excelente e vai continuar. Essa é a parceria que o Presidente (Joe) Biden deseja, especificamente, nas áreas de segurança, economia e comércio, para o desenvolvimento de Angola e da região", sublinhou. 

O alto funcionário americano realiza um périplo pelo continente para consolidar decisões da Cimeira EUA-ÁFRICA,  realizada em Dezembro último na capital dos EUA,  Washington. 

Relações Angola e EUA

Angola e os Estados Unidos da América estabeleceram relações diplomáticas formais em 1993. O sector da energia está no centro das relações económicas entre ambos os países.

O Ex-ImBank americano dispõe de uma linha de crédito de apoio às exportações dos EUA para Angola.

A Câmara de Comércio Estados Unidos-Angola dedica-se à promoção do comércio e investimento entre os dois países.

Combate à corrupção

Os EUA apoiam Angola no combate à corrupção por meio de várias iniciativas, inclusive do programa do Departamento do Tesouro, lançado em Março de 2019, para aperfeiçoar a capacidade do país em implantar o regime de combate à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo (AML/CFT).

Cooperação económica

As companhias americanas possuem investimentos em Angola, especialmente no sector de energia, como a ExxonMobil, Halliburton, Baker Hughes, Caterpillar, Chevron, Cummins, TechnipFMC e Tidewater.

Em 2019, um consórcio liderado pela Chevron anunciou planos de investimentos de mais de dois mil milhões de dólares na exploração de novos campos marítimos de gás natural e o aumento da produção dos campos existentes.

O Ex–ImBank dos EUA assinou um Memorando de Entendimento com Angola, em Abril de 2019, com o objectivo de explorar garantias de até quatro mil milhões de dólares em apoio às exportações dos EUA para o país. C/NJ

 

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