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Sexta, 13 Mai 2022 13:29

Embaixada da França doa mais de 3 milhões de kzs a ONG Química Verde para projecto de acesso à água potável

A Embaixada da República francesa em Angola, em parceria com a Organização não-governamental, Química Verde Lab, procederam ao lançamento, a 05 de maio, na Província do Bengo, em Caxito, do Projecto comunitário “Minha água, minha vida”, desenvolvido pela associação Química Verde, cujo objectivo é levar às populações a melhor qualidade de água para o consumo doméstico.

O acto de lançamento, foi presenciado pelas entidades governamentais, nomeadamente o Vice-Governador da Província do Bengo para o sector técnico e infraestruturas, Agostinho da Silva, pela Secretária de Estado para o Ambiente, Paula Coelho, representantes das diferentes entidades locais, professores e alunos do liceu Eiffel.

Durante o discurso de abertura, o Embaixador da França em Angola, Daniel Vosgien, manifestou-se grato por presenciar as experiências conduzidas no âmbito do referido projeto, qual considerou agregador, e congratulou-se de voltar no Caxito, onde já teve a honra de ser recebido pela Governadora e o privilégio de visitar o liceu Eiffel, no ano passado.

“É, pois, com muito prazer que regresso às terras do Bengo podendo testemunhar pela forma exímia como recebem e acolhem todos os visitantes bem como a disponibilidade e aceitação que manifestam, para apoiar os projetos inovadores, sejam eles de cariz pedagógica ou ecológica”, disse o Embaixador Vosgien.

De acordo com o Diplomata, Projetos como estes são vitais para o bem-estar das populações de Angola, que apesar dos investimentos e progressos notáveis já registados, inclusive realizados na província do Bengo como por exemplo o Sistema de Abastecimento de Água do Muxaluando, cerca de 44% da população, ainda não tem acesso a uma fonte de água apropriada para beber.

Como é do conhecimento geral, sublinhou, a falta de acesso a água potável, ao saneamento precário e à falta de higiene, criam uma situação de alto risco para a saúde das pessoas, e em particular das crianças em idade escolar, favorecendo a proliferação de bactérias, de mosquitos que geram doenças graves, por entre muitas outras consequências.

Ainda em declarações, esclareceu que o Programa de Água, Saneamento e Higiene (WASH) da UNICEF Angola, foi concebido com base no Plano Nacional de Desenvolvimento para apoiar o aumento da capacidade nacional de implementação e monitorização dos serviços de água, saneamento e higiene sustentáveis, tendo como principais objetivos garantir que as crianças, os jovens e as suas famílias tenham acesso a instalações de água e saneamento adequadas.

“Foi ao abrigo deste programa da Unicef que este projeto pôde ser desenvolvido desde 2016, propondo uma solução alternativa simples e prática às populações que beneficiam assim de um programa eficaz de educação em higiene e saneamento básico. Para além da sua dimensão educativa e formativa, este projeto contempla igualmente a sustentabilidade das populações e o empoderamento das mulheres e sobretudo das meninas em idade escolar”, acrescentou.

Partindo do princípio de que uma água segura, um saneamento eficaz e uma boa higiene básica são fundamentais para a saúde de cada criança e de cada comunidade, a associação Química verde tem vindo a implementar um leque de ações concretas em diferentes vertentes, sendo a primeira e, mais urgente o acesso a água potável.

“Como é de constatar, infelizmente, muitas comunidades rurais em Angola dependem de poços tradicionais, nascentes desprotegidas ou corpos de água parada para o seu abastecimento diário de água. Estes pontos de água são passíveis de contaminação por seres humanos ou animais. A associação desenvolveu uma tecnologia de tratamento de água doméstico, utilizando um “Biofiltro” que tem melhorado a saúde de homens, mulheres e crianças assim como as condições de vida em muitas comunidades rurais por meio do acesso a água potável”, considerou.

Assim, a segunda vertente que apontou é a da higiene e saneamento básico, o que passa por ensinar as pessoas a lavar corretamente as mãos, uma vez que o respeito de regras básicas ajuda as comunidades a manterem-se saudáveis.

Para o efeito, segundo constatou ainda Angola24Horas, a associação em referência, tem levado a cabo campanhas de treinamento sobre higiene e saneamento básico em comunidades rurais, a fim de promover uma mudança de comportamentos.

Nestes termos, a Embaixada francesa indicou como terceira vertente, o facto de que vai beneficiar mais direitamente as mulheres e as adolescentes, através do impacto que a água potável terá uma melhor gestão da sua higiene feminina.

“É de reconhecer que esta população é muito mais penalizada no acesso à educação e à instrução, porque em muitos países em desenvolvimento, sobretudo em comunidades rurais, as meninas faltam às aulas e chegam a abandonar a escola durante o período menstrual. As escolas nem sempre têm casas de banho seguras, limpas ou privadas permitindo a estas jovens sentirem-se mais à vontade, sem constrangimentos de ordem higiénica”, destacou Daniel Vosgien.

Para além desses aspetos, sublinhou, este projeto equipa as mulheres e meninas com mais conhecimento, dá-lhes mais dignidade, substituindo o silêncio e a vergonha desse período mensal por orgulho e confiança, incentivando-as, nomeadamente as adolescentes, a prosseguirem os seus estudos.

Pelo seu cariz social e nomeadamente pelo seu impacto no que respeita o género, a Embaixada de França, assegurou que vai contribuir para a sustentabilidade e disseminação das boas práticas deste projecto, dando-lhe o devido relevo.

“Regozijamo-nos que esta ação de valorização e as demonstrações deste projeto se realizem hoje na província do Bengo, tão rica em recursos hídricos, mas que tem pela frente ainda grandes desafios ao dever contribuir com água segura, saneamento eficaz e higiene, os quais são fundamentais para a saúde de qualquer cidadão angolano, e em especial as crianças”, reiterou o Embaixador.

Finalmente, salientou que, diz-se que quem beber a água do Bengo não mais se esquece de Angola, adiantando com isso que o desenvolvimento de projectos desta natureza que permitem às populações mais fragilizadas um acesso à água potável, à prática de bons hábitos de higiene e saúde, mas de igual modo, um empoderamento dado às mulheres e raparigas, vão indubitavelmente deixar uma marca tangível na melhoria da vida quotidiana das populações, e bem como uma lembrança indelével nas nossas memórias.

Assim, a parceria foi lançada com parceria foi lançada com êxito, nesta quinta-feira, 05 de maio, na província do Bengo pela associação Química Verde Lab e pela embaixada de França em Angola, que patrocinou o projeto "Minha Água, Minha Vida", com 3,65 milhões de kwanzas, num país onde a Organização das Nações Unidas (ONU), estima que mais de 50% da população não tenha acesso a uma fonte melhorada de água.

O gestor de projecto na Química Verde Lab, António Kilala, disse que ao abrigo desde projecto, em curso desde 2016, esta ONG pretende melhorar a qualidade da água e a higiene em comunidades rurais carenciadas, que muitas vezes recorrem a água de poços, águas paradas ou lagoas para o seu abastecimento, tendo já distribuido mais de 2.000 biofiltros a outras tantas famílias, além de duas centenas de aparelhos em escolas e centros médicos nas províncias de Luanda, Bengo, Malanje, Kwanza Sul, Kwanza Norte e Benguela.

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