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Quarta, 10 Novembro 2021 22:32

Líder da UNITA considera necessária "muita inteligência" para ultrapassar atuais problemas

O presidente da UNITA, maior partido da oposição em Angola, disse hoje que nenhum partido concorrente pode "imiscuir-se no foro privado, independência e autonomia" de outros e que “é preciso muita inteligência” para ultrapassar atuais desafios.

A posição foi hoje expressa por Isaías Samakuva numa comunicação alusiva ao 11 de novembro, data em que Angola alcançou a sua independência nacional.

Isaías Samakuva frisou que Angola é um Estado democrático de Direito, “por isso nenhum partido concorrente pode imiscuir-se no fórum privado, na independência e na autonomia de outros partidos políticos”.

“É preciso muita inteligência, serenidade e unidade. Não podemos vencer este desafio com arruaças, insultos e ânimos exaltados. Muito menos com visão curta, com mensagens agressivas nas redes sociais, culpando-nos uns aos outros”, referiu.

Segundo o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o acórdão 700/2021 do Tribunal Constitucional, que anulou o XIII congresso ordinário do partido realizado em 2019, que elegeu Adalberto Costa Júnior como presidente da organização política, “é uma armadilha política".

"Uma mina, que os outros querem que rebente debaixo dos nossos pés”, descreveu.

“Temos que ter muito discernimento. Nas mensagens que circulam nas redes sociais, parece estar na moda o discurso da agressividade, os insultos e os disparates, que só alimentam a intolerância e nada dignificam o nosso partido. É preciso parar estas práticas, apelo a todos que parem imediatamente estas práticas”, exortou Isaías Samakuva.

O líder da UNITA, que depois de 16 anos a dirigir o partido voltou ao cargo, por imposição do acórdão do Tribunal Constitucional, mais virado para os militantes, lembrou que na UNITA há democracia, que significa “tolerância, ouvir o outro, mesmo que tenha opinião diferente”.

“Não se chama nomes às pessoas que pensam diferente de nós. Na UNITA respeitamos os líderes, mas não seguimos pessoas, seguimos a causa. Seguimos objetivos, princípios e valores consagrados”, afirmou.

“Na UNITA não há savimbistas, nem samakuvistas nem adalbertistas. Há cidadãos, que se respeitam uns aos outros, que têm opiniões diferentes, mas estão unidos na prossecução da mesma causa, na defesa dos mesmos princípios e valores. Não aceitem a divisão”, frisou.

De acordo com Isaías Samakuva, “a UNITA é um projeto de crença, de perseverança e de esperança, um partido digno e orgulhoso da sua história e não se deve permitir baixezas de insultos nas redes sociais”.

O presidente da UNITA apelou aos militantes para que não respondam a provocações, para que mantenham o respeito, a unidade e a coesão interna do partido, para ajudarem a construção da unidade nacional.

“Não permitam que pessoas que não conheçam a UNITA falem em nome da UNITA e procurem descaracterizá-la”, expressou.

Isaías Samakuva avisou que “não são as pessoas de fora que mandam na UNITA”, mas sim os seus membros e os seus órgãos, e para quem pretenda integrar a organização política “tem de aderir, primeiro, aos seus princípios e valores”.

Relativamente ao XIII congresso, agendado de 04 a 06 de dezembro, o líder destacou que, das várias candidaturas que surgirem, “se as houver, que ganhe a melhor”.

“Para que se faça do congresso, mais uma vez, a festa da nossa democracia interna, que é um valor adquirido como cultura política da UNITA. Esperamos que a direção que for eleita tenha capacidade de construir a coesão, a unidade e o clima de diálogo necessário no seio do partido, para guindá-lo aos grandes desafios que se apresentam ao país”, disse.

Olhando para os problemas do país, Isaías Samakuva sublinhou que os mesmos “são de tal magnitude que não serão resolvidos por um homem, um partido, nem tão pouco numa só legislatura”, considerando que “exigem uma ampla transformação da sociedade, na sua estrutura total, ao longo de várias décadas”.

“Quanto proclamámos a independência, em 1975, não tivemos a grandeza nem a humildade para compreender que a natureza multicultural das micronações que constituem Angola reclama várias lideranças e não uma. Reclama concertação, unidade e inclusão, e não imposição, intolerância, competição e exclusão”, referiu.

“A minha proposta neste 11 de novembro é transformar a crise atual numa grande oportunidade para se repensar o país e promover finalmente o encontro de Angola consigo mesma”, acrescentou.

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