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Terça, 20 Outubro 2020 11:38

UNITA nega tentativa de destituição do líder

De acordo com as mesmas informações, publicadas há dias, um grupo de militantes estaria a gizar estratégias para a destituição do líder da UNITA. O grupo terá sido descoberto e foi instaurado um processo em que os principais visados são, supostamente, Eusébio Manuel Neves e Domingos Yofina.

No âmbito do mesmo processo, terá sido, também, arrolado o secretário para as Relações Exteriores da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, filho do fundador do partido, cuja audição, pelo Conselho Nacional de Jurisdição, estava, supostamente, marcada para amanhã, quarta-feira.

Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o secretário-geral da UNITA disse ser normal, em qualquer organização onde existam pessoas, a instauração de processos disciplinares, quando há indícios de violação de normas. Neste âmbito, admitiu a existência de processos contra alguns militantes da UNITA, mas por actos de indisciplina e não por tentativa de destituição do presidente.

“Na UNITA não existe a possibilidade de afastamento do presidente sem que os órgãos para o efeito reúnam. Com excepção de casos de traição à Pátria ou ao partido, não há como destituir o presidente”, esclareceu.

Álvaro Chikuamanga insistiu que está a haver especulações e acredita que, provavelmente, um dos militantes suspensos, não satisfeito com a decisão, estará a contribuir para a divulgação de inverdades nas redes sociais.

Entre as inverdades apontou a inclusão de pessoas que nada têm a ver com o caso - uma referência implícita a Rafael Massanga Savimbi-, “talvez para dar um certo peso” às especulações.

Fonte do jornal O País próxima a Rafael Massanga confirmou que este tem conhecimento do processo contra Eusébio Neves e Domingos Yofina, mas desmente que tivesse sido notificado sobre o mesmo caso.

O secretário-geral da UNITA sublinhou que o partido registou, nos últimos tempos, a adesão de um número considerável de militantes, processo que, entretanto, não foi acompanhado com a respectiva formação político-partidária.

“Temos de assumir, aqui, a culpa da direcção, porque houve um défice na informação aos militantes”, admitiu Álvaro Chikuamanga, para quem, tal défice, propicia situações como as que se registaram nas redes sociais. Ainda assim, garantiu que “não há situações graves”, no que diz respeito aos processos disciplinares contra aqueles militantes.

Antes de abordar o secretário-geral da UNITA, o Jornal de Angola quis ouvir o presidente do Conselho Nacional de Jurisdição do partido, Pedro Cangombe, para mais pormenores sobre o assunto, mas não teve sucesso, pois disse tratar-se de um assunto interno.

Adalberto Costa Júnior foi eleito presidente da UNITA durante o XIII Congresso Ordinário do partido, realizado em Novembro passado.

Até então presidente do Grupo Parlamentar, o político concorreu contra Alcides Sakala Simões, Abílio Kamalata Numa, Raul Danda e José Pedro Kachiungo.

Adalberto Júnior substituiu, no cargo, Isaías Samakuva, que dirigiu os destinos do partido durante 16 anos, correspondentes a quatro mandatos de quatro anos.

A UNITA é a segunda maior força política do país. Nas eleições gerais de 2017, elegeu 51 deputados, atrás do MPLA, que tem 150.

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