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Terça, 04 Fevereiro 2020 12:20

Antiga embaixadora dos EUA em Angola pede “maneiras mais sofisticadas” de ver corrupção

Uma antiga embaixadora dos Estados Unidos em Angola considerou, na segunda-feira, serem necessárias "maneiras mais sofisticadas" de ver e combater a corrupção para distinguir a "fraude maciça".

“Temos de ser muito mais sofisticados na forma como pensamos a corrupção”, defendeu Cynthia Effrid, numa palestra sobre o processo democrático e a corrupção em Angola, organizada pelo Instituto de Política Mundial, na segunda-feira, em Washington.

Embaixadora em Angola entre 2004 e 2007, Efird acrescentou que "a corrupção maciça, como da Isabel dos Santos" está a ser colocada na mesma categoria da de "uma enfermeira que cobra algum dinheiro extra para dar cuidados melhores a um idoso”.

Com uma carreira no serviço diplomático dos Estados Unidos de mais de 30 anos, a diplomata referia-se à investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação que, em 19 de janeiro, divulgou 715 mil ficheiros relativos a esquemas financeiros de Isabel dos Santos que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, numa investigação conhecida como ‘Luanda Leaks’.

Effrid, que também trabalhou nas representações diplomáticas dos Estados Unidos em Moçambique, Jugoslávia e República Democrática Alemã, defendeu que Angola está “melhor” desde a presidência de João Lourenço, iniciada em 2017, e que a atual administração merece apoio.

“Temos de apoiar uma panóplia de organizações políticas, sociedade civil, forças religiosas, mas de uma forma que eles liderem e nós apoiemos dos Estados Unidos”, explicou.

Para Cynthia Effird, “os angolanos já demonstraram que podem ser responsáveis”.

A antiga embaixadora acrescentou que, nos tempos da sua missão no país, Angola não praticava uma “repressão com sede de sangue contra opositores” como noutros países. Cynthia Effrid lembrou que “nessa altura, ninguém ia preso por crimes políticos”.

A resposta internacional e, especificamente dos EUA, tem de ser em colaborações para reforço de capacidades e “para sustentar os esforços do Governo”, considerou.

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