Sexta, 26 de Abril de 2024
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Os homens que mandam em Angola são os novos colonos. Os legitimos herdeiros da luta do MPLA pela independência e pela liberdade são os 17 jovens corajosos que cometeram o crime de pôr em causa os interesses do Presidente, dos seus generais e da sua corte.

A declaração da UNITA face á condenação dos jovens ativistas deixou de boca aberta a maior parte da sociedade politica inteligente ativa, não é que os burocratas do partido do galo negro saíram à rua para afirmar estupidamente, diga-se de passagem, que a solução da crise e das condenações dos ativistas políticos passa pelas eleições de 2018.

Num sistema de poder altamente centralizado como o de Angola, poucos duvidam de que foi José Eduardo dos Santos, e/ou alguns dos seus mais próximos e fiéis, a decidir e/ou assentir à condenação dos 17 “jovens revolucionários”. Tanto mais que as instituições da Justiça são manifestamente débeis. Depois da fase dos recursos, o regime pode decidir levar o processo até ao fim e fazer dos “revus” um exemplo para instalar o medo. Ou despachar tudo num perdão - e magnanimidade – presidencial.

A condenação dos 17 jovens por intenções revoltosas, a que juntaram a acusação de “associação criminosa” no final do julgamento, quer dizer que os juizes entenderam que o chefe queria que eles fossem condenados, fosse a que título fosse. Condenaram e assim cumpriram o seu papel. Este comportamento define o chefe. E uma Justiça que protege os vitoriosos e esquece os derrotados.

Quarta, 30 Março 2016 03:32

A saúde dos mortos - Reginaldo Silva

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Quarta, 30 Março 2016 11:15

Um crime e um erro

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Terça, 29 Março 2016 11:07

O princípio do fim em Luanda

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Desde Junho de 2015 e ao fim de vários meses de debates, idas ao Tribunal, prisões preventivas e domiciliárias, greves de fome, assistências hospitalares não devidamente concedidas, os 17 jovens «revus» foram condenados a penas que vão dos 2 aos 8 anos e seis meses.

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