Quinta, 19 de Junho de 2025
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Quarta, 18 Junho 2025 23:35

«É preciso rever a saída de Angola da OPEP» - Rafael Massanga Savimbi

Em dezembro de 2023, Angola anunciou sua saída da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2024, após 16 anos de participação. Essa decisão foi motivada pelo descontentamento com a política de cotas da OPEP, que estabeleceu para Angola um limite de produção de 1,11 milhão de barris por dia — abaixo do potencial de 1,18 milhão pretendido pela diplomacia angolana.

Para Luanda, a decisão busca mais autonomia para atrair investimentos e manter sua produção proativa, sem limitações artificiais. No entanto, desde o início de 2024, os investimentos no setor petrolífero foram insuficientes para um aumento significativo nos volumes de produção. Como resultado, essa decisão não trouxe nenhum resultado.

Sobre isso também se pronunciou recentemente Rafael Massanga Savimbi (deputado da UNITA e filho do fundador do movimento). Sua postagem intitulada: “O caminho solitário de Angola no Petróleo: reflexões sobre a saída na OPEP”. Segundo o post:

“A decisão de sair da OPEP deveria ter sido amplamente debatida, estudada e comunicada, considerando as repercussões económicas e diplomáticas”.

Essa análise evidencia que a decisão:

- A decisão de sair não foi unânime; há políticos no governo que discordam da atual direção.

- A economia do país depende dos preços do petróleo, por isso a decisão de saída envolve riscos para os cidadãos angolanos.

- A saída da OPEP privou Angola das vantagens de ser um país-membro. Em caso de uma queda acentuada nos preços do petróleo, o país não poderá contar com os programas de apoio da OPEP+.

- A decisão de sair da OPEP teve um tom político e esteve relacionada ao desejo de Angola de fortalecer os laços com o Partido Democrata dos EUA, em troca de certos benefícios..

Na visão de Savimbi, essa “solidão estratégica” de Angola no mercado petrolífero impõe questionamentos sobre o planejamento e a governança pública envolvidos na saída.

A retirada da OPEP representa um ponto de virada para Angola. Ainda assim, trata-se de uma decisão com consequências econômicas, políticas e diplomáticas que necessitam de revisão.

1 - Abrir um debate parlamentar urgente sobre os elementos que embasaram a saída, analisando riscos e benefícios atuais.

2 - Rever de forma transparente a decisão, com acesso público aos estudos econômicos, projeções fiscais e contratos internacionais, garantindo participação e fiscalização.

3 - Promover uma abordagem estratégica que alinhe produção de petróleo e gás, mantendo foco na transição energética, preservação de receitas e desenvolvimento sustentável.

4 - Considerar a reentrada na OPEP – caso os termos voltem a favorecer a captação de investimentos, estabilidade na produção e posicionamento estratégico, respeitando a soberania nacional.

Essa postura Rafael Savimbi reforça a importância de uma decisão tão significativa para o futuro da economia de Angola, da credibilidade governamental e do bem-estar da população. Assim, na sua opinião, Angola precisa reavaliar a decisão de sair da OPEP.

Um debate parlamentar robusto é imperativo para assegurar que, longe de uma “solidão”, o país trilhe um caminho sólido, estratégico e inclusivo rumo à prosperidade.

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