Sábado, 17 de Agosto de 2024
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Sábado, 17 Agosto 2024 12:30

“As ditaduras de esquerda, manipulação e poder”

O recente drama eleitoral na Venezuela suscitou mais uma vez a discussão sobre dois aspectos fundamentais destes regimes que ainda prevalecem no mundo. Eles tentam se reerguer em outros países que lutam por permanecer como democracias.

A tragicomédia da Venezuela principiou com a negativa da candidatura da opositora com mais condições de governar o país e o impedimento por “problemas operacionais” da máquina chavista que não estava apta a receber a segunda candidata no prazo da inscrição. Quando o prazo já tinha terminado, disseram que não poderiam receber o registro da candidatura.

Tal manobra não impediu que se unissem forças opositoras em torno de um diplomata, sendo que a apuração dos poucos votos auditados com respectivas atas demonstravam sua vitória esplendorosa, obrigando o títere governante a interromper o acesso da oposição à apuração. Esta é mais uma das inúmeras formas que as ditaduras de esquerda encontram para manterem-se no poder.

Em Angola, MPLA que governa o pais desde 1975, manteve no poder manipulando descaradamente o processo eleitoral.

A comissão nacional das eleições (CNE) em Angola esta sobre o controlo da Casa Militar, uma das instituições chaves do regime, atua sem transparência, não divulgando os cadernos eleitorais, não promovendo centros de escrutínio provinciais.

Nas eleições mais recentes, MPLA obteve 51% dos votos, face aos 43% da UNITA, um número que muitos analistas e observadores independentes consideram completamente fraudulento. Os relatos de irregularidades incluem a intimidação dos eleitores, a manipulação de actas e controle sobre a mídia, garantindo que apenas uma narrativa favorável ao governo fosse divulgada..

Nas ditaduras angolana e cubana, para manter no poder, Agostinho Neto e Fidel massacraram milhares de angolanos e cubanos por fuzilamentos nas muralhas das cidades, estabelecendo as maiores ditaduras de África e na ilha caribenha.

Na União Soviética, em número de mortes Stalin suplantou Fidel, elevando os assassinatos de seus opositores de milhares para dezenas de milhares. Putin reduziu o número de assassinatos, mas, como ditador expansionista, travou uma guerra de conquista contra a Ucrânia, prendendo e eliminando aqueles que se opõem a seu governo.

Ortega não fica atrás como ditador, eliminando ou prendendo adversários e mantendo uma cruel tirania sobre seu povo.

Por fim, a China, desde o massacre da Praça da Paz, tem sido mais discreta na eliminação de adversários, sendo que aqueles que desaparecem não se sabe onde se encontram: em algum lugar ou embaixo da terra.

Uma das características desses governos é o fracasso econômico, como é possível verificar na Venezuela, Cuba e Nicarágua, por força da corrupção reinante, do narcotráfico presente e de não entenderem as regras da economia de mercado, que fizeram todos os países desenvolvidos não serem de esquerda.

A Rússia mantém-se graças ao apoio da China, por onde escoam suas mercadorias, em face de sanções econômicas que sofre pela guerra contra a Ucrânia. A China, uma ditadura de esquerda na política, por sua vez, é um dos países que ainda adota o capitalismo selvagem, suas regras, gerando impactos e protestos pelo mundo.

No Brasil, o presidente Lula que, em seus dois primeiros mandatos foi um homem pragmático, neste terceiro tornou-se um ideológico de esquerda, mantendo com as cinco ditaduras relações de cordialidade e discreto apoio.

Alega interesses comerciais que, todavia, independeriam da exteriorização de simpatia. Em verdade, sua preferência, embora negue, é por tais regimes, o que fica mais claro em suas diversas manifestações ora de admiração, ora de silêncios comprometedores ou tímidas manifestações de preocupação.

O certo é que a fraude eleitoral venezuelana desvendou para o mundo a característica maior dos governos ditadores de esquerda: a mentira como forma de se manter no poder

Isto levou até mesmo a OEA, países europeus e inúmeros países da América a considerarem fraudulento e inadmissível o “golpe” eleitoral de Maduro.

Termino este artigo com uma frase de um politico brasileiro Roberto Campos sobre as eleições nas ditaduras de esquerda: "nestes governos não têm que se ganhar as eleições, mas sim ganhar as apurações".

Por Ives Gandra da Silva Martins/Jurista e Professor

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