Terça, 16 de Abril de 2024
Follow Us

Quinta, 11 Mai 2023 22:01

Ameaçar com as forças armadas não viabiliza o terceiro mandato

Ainda que o presidente do MPLA, se socorra de uma eventual intervenção extrainstitucional, o presidente do MPLA, João Lourenço, não encontrará respaldo constitucional que o legitime a obter um terceiro mandato. Mesmo recorrendo aos préstimos das (FAA) forças armadas de Angola, o presidente do MPLA João Lourenço, será constitucionalmente barrado para um terceiro mandato.

Ainda que haja o delirante desejo de continuar no poder, o método encontrado para saciar o seu ego é deveras pernicioso. A egocentricidade do candidato a um hipotético terceiro mandato é de facto preocupante, mas, governar que é bom, nada, o homem nada mais faz senão pensar no terceiro mandato.

O presidente do MPLA primeiro terá que saber como vai chegar em 2025, mesmo após o congresso ordinário do MPLA, não existirão condições que lhe permitam passar a perna aos angolanos para impor o tal terceiro mandato.

Ele, o presidente do MPLA, está a magicar a hipótese do famigerado terceiro mandato, esquecendo-se do obvio, que é governar para todo angolano, coisa que nunca fez.

Deduzir a partir de pressupostos conselhos errados recebidos dos seus assessores idiotas, é aceitar a recorrente burrice, que tem marcado o seu consolado. É verdade que existem muitas fissuras no ordenamento jurídico, porém, nenhuma dessas lacunas lhe permitem contornar, sem haja uma alteração ou emenda constitucional. Vistas as coisas de outro angulo, reconhece-se que existem actores no parlamento, que ajudem João Lourenço, sonhar com o tal amaldiçoado terceiro mandato, caso consiga que 17 deputados votem favoráveis a alteração constitucional.

Ainda assim, não é previsível nem aceitável, que essa situação possa materializar-se, a menos que os deputados sem excepção, vistam a carapuça e aceitem o atestado de menor idade, incluindo os deputados do MPLA e PHA.

O MPLA não pôde continuar a contaminar o país com a engenhosa geringonça do terceiro mandato, o país não pôde ser continuamente governada por mercenários e aprendizes de feitiçaria ou por alquimistas falhados.

Ora, senão vejamos, o jogo jogado pelo presidente é extremamente perigoso, pois, não encontra respaldo na constituição, que em absoluto lhe veda o caminho a um terceiro mandato.

Por outro lado, existem outros obstáculos, que circundam a vontade popular expressa não apenas nas urnas, mas, em todos os espaços da sociedade civil, que apontam a vontade dos cidadãos em querer ver João Lourenço, não apenas longe do (Kremilin) mas igualmente longe da cidade alta.

Outro factor impeditivo e deveras preocupante, é a incontornável e devastadora impopularidade que João Lourenço goza no seio MPLA, e principalmente entre os seus pares, que aliás, são os verdadeiros responsáveis da desgastante decadência que o partido vivência, aliás, esses apaniguados, são os verdadeiros mentores que ajudaram João Lourenço a combater a bicefalia, que resultou na desastrosa governação e na precaridade do nível de vida económico e social dos angolanos.

Também é verdade que, existe um enorme desgaste da imagem do presidente do MPLA, por outra, quanto a se trata de avaliar os préstimos da sua atuação governativa, sobretudo quando não se vislumbra qualquer indício de crescimento econômico, que ajude a alavancar a diversificação da economia e melhorar o poder aquisitivo e proporcione um ilustrativo bem-estar que provoque um sentimento visível prosperidade aos cidadãos.

Em definitivo, os angolanos não avaliam positivamente a administração de João Lourenço, sobretudo no âmbito da geração de empregos e gestão da coisa pública. O soberano, não legitimou nas urnas o MPLA, para que João Lourenço se apossasse do país.

Os sinais do soberano são fortes em relação as autarquias, o povo sinaliza e vai lutar para que se efetivem as eleições autárquicas, o angolano tem consciência da necessidade premente da conclusão e aprovação do pacote eleitoral autárquico, aprisionado pela bancada do MPLA na assembleia nacional.

O angolano quer determinar o seu próprio destino, não há mais espaço para manobras dilatórias, promotoras do medo, que visem impedir o soberano de realizar o sonho de ver o presidente do MPLA pelas costas.

Em todas as esferas do país, existe um sentimento de desafeto e desconforto quando se trata de avaliar a obra executada pelo MPLA.

Para exemplificar, basta olhar-se, com olhos de ver, e tirar as devidas ilações da maneira como candidata do MPLA foi cilindrada na corrida para a presidência da Cruz Vermelha de Angola! Nem mesmo com os apoios políticos do (Kremlin)l sede nacional do MPLA, da presidência da república e do governo das 18 províncias angolanas, a candidata membro do comitê central do MPLA, foi amargamente derrotada, perdeu o pleito, foi escorraçada, varrida, digo vergonhosamente surrada.

Os sinais estão todos aí, o presidente do MPLA em consciência, tem que perceber que ele esfarelou o partido.

Na Angola de hoje, o MPLA é mais odiado e desprezado que o próprio diabo. Como pôde isso acontecer? (Uanga uabu?), O feitiço acabou? Quando avisamos dessa previsível situação que se encontraria o MPLA no futuro, diziam os nossos detractores, que tínhamos um sentimento inveja, agora pergunto, foram os invejosos, que transformamos o partido numa manta de retalhos velhos!

É necessário e urgente repensar-se Angola, o presidente do MPLA João Lourenço, que entenda de uma vez por todas, a ancestralidade angolana, não lhe permite doravante o assassinato de mais nenhum angolano, para manter o poder pelo poder.

Por outro lado, as democracias não se sustentam com ameaças, nem com admoestadoras demonstrações musculadas de força, menos ainda com a utilização corpórea das forças castrenses como forma de intimidar e administrar terror junto das populações.

Não pense o presidente do MPLA, que estamos em 1974 ou em1992, que fique bem claro, o soberano votou e deseja a construção de uma outra angola diferenciada da actual, o soberano quer que seja um constituído em Angola, um estado de direito democrático.

Não cabe mais oprimir o cidadão, nem persistir em coartar o seu direito de exercitar com total plenitude a sua cidadania, que é acobertado pelas leis e pela constituição vigente.

As democracias representativas, universalmente aceites, não se compadecem nem se misturam com oligarquias criminosas, menos ainda com a construção arcaica de estados de direito securitário, idêntico ao estado constituído em 11 de novembro de 1975 em Angola, sob o olhar silencioso de Vladimir Ilitch Lénine, a essa data.

O angolano maturou, o país mudou e exige decência e percetividade a quem governa a quase meio seculo, é hora de examinar a consciência colicativa do MPLA, esse é o momento de João Lourenço, devolver as rédeas do país ao povo, do qual emana o poder, para que o soberano decida em consciência e liberdade quem deseja que governe o pais.

Já chega de perseguições, ninguém mais aguenta a banga e o discurso falido do combate a corrupção de João Lourenço. É de todo lastimável ver e ouvir o presidente do MPLA, a partir do exterior acusar o seu antecessor de ser o promotor da corrupção em Angola! Pior ainda vê-lo apontar o dedo para a engenheira Isabel dos Santos, como seu trofeu e único garantidor do combate a corrupção.

E então, onde param o Manuel Domingos Vicente, embaixador Elísio de Figueiredo, Edeltrudes Costa dentre outros elementos do baronato que circunda o próprio presidente do MPLA?

Será que o presidente do MPLA estava em marte ou Júpiter, quando o país era impiedosamente saqueado pelos seus pares? Afinal, que nome se dá a quem esteve no epicentro da corrupção e delapidação do erário publico nacional, que viu roubar, beneficiou e enriqueceu fulgurantemente do roubo?

Para terminar, quem acha que João Lourenço é honesto que o compre e não atire sobre ele a primeira pedra.

Acusar o seu antecessor, que lhe ofereceu o trono de bandeja, de ser o promotor da corrupção que ele diz combater é triste e lastimável. Será que João Lourenço é o único lúcido em angola e os demais militantes do MPLA inseridos na luta pela alternância do poder político, do qual me incluo, somos os únicos gatunos?

Felizmente a Angola de 2017/2022 acabou, foi-se, já era, o país vive outro momento.

O roubo eleitoral não legitimou nem legitima o MPLA para governar, também, a corrupção e a delapidação do erário público nacional, vai ter que ser neutralizado pelo desaparelhamento e democratização das instituições do estado. Ou não é isso que todos desejamos? Camarada presidente, não adianta ameaçar com as forças armadas, elas não ajudam em nada a viabilizar o terceiro mandato. Camarada João Lourenço, está tudo sob controle, não haverá nenhum terceiro mandado.

Estamos juntos

Por Raúl Diniz

Rate this item
(0 votes)