Não devíamos olhar para um vazamento de um documento completo (faltando apenas votação e assinaturas dos juízes) do TC como algo normal. Alguém tem de ser responsabilizado. E essa responsabilização tem de ser tornada pública para desencorajar actos similares.
Por outro, a tornar-se oficial, não constituirá surpresa, porquanto a "crónica de uma morte anunciada" já estava desenhada. É que, pela sequência dos factos e situações, há/havia pouca margem para um desfecho diferente de uma invalidação do XIII Congresso Ordinário UNITA, com todas as deliberações que produziu.
Claramente, aquele partido procurou fazer uma fuga para a frente, ignorando as reivindicações e contestações internas - que chegaram ao ponto de expulsar e suspender figuras de peso da UNITA, como é o caso de José Pedro Kachiungo, que também concorreu ao cargo de presidente da UNITA no Congresso de Novembro de 2019.
E nós alertámos na altura sobre as consequências de se atropelar tudo para se "pôr" Adalberto Costa Junior à frente da UNITA.
Tendo optado por agir às pressas para condicionar a actuação do TC, ao mesmo tempo que "apelam" para a solidariedade da opinião pública, que, com a sua ignorância e/ou vontade velada, grita aos 4 ventos que mais uma possível anulação do congresso daquele partido é agir contra a democracia e o pluralismo partidário, como se do lado de ACJ e apoiantes só viesse pureza, ingenuidade e elevação comportamental, a UNITA só poderá queixar-se de si mesma.
Não há dúvidas de que essa guerra interna que "responsáveis" da UNITA alimentam é a principal razão de uma possível anulação do XIII Congresso Ordinário da UNITA. Não vale a pena atribuírem culpas aos outros. E, se não resolverem os conflitos internos, a UNITA corre o risco de seguir o desfecho da FNLA.
Carlos Alberto (Cidadão e Jornalista)