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Segunda, 26 Outubro 2020 17:57

Minha rotina ao testar positivo para Covid-19

Um isolamento necessário, mas motivador. Minha cunhada trabalha em um hospital e, por conseguinte contraiu o Novo Coronavírus. Primeiros sintomas dela foram como se fosse um resfriado. Dor de cabeça e garganta arranhando que logo passou para uma tosse persistente.

Minha esposa ia visitá-la e, talvez tenha trazido o danadinho para nossa casa. Talvez sim, talvez não! Afinal, ninguém possui estrela na testa informando estar contaminado.
Bom, pra precaver fomos realizar os exames e, pronto, eu contaminado, ela não.

Primeiro passo foi ir a uma unidade de saúde. A médica não quis conversar comigo nem orientar. De dentro da unidade me entregou um atestado médico de 15 dias e disse para me cuidar. Nenhum medicamento passado. Nada!

O serviço social da unidade básica também não se manifestou. Os agentes que pertencem ao Programa Saúde da Família de minha área deram as caras no 16º dia.

Mas, o que fiz? Bom, me isolei em uma sala e no segundo quarto, próximo da sala. Ali montei meu QG diário. Ia ao banheiro e passava álcool em tudo que tocava.

Evitei transitar para casa e minha esposa usava máscara e luvas.

Neste período li, no computador, livros que há tempos ensaiava lê-los como: Soldados da Revolução (Antero de Quental); Retórica (Aristóteles); A Divina Comédia (Dante Alighieri); Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico (Friedrich Engels); Contos para velhos (Olavo Bilac); Eu sou a vida, não sou a morte (Qorpo Santo - José Joaquim de Campos Leão) e Estados Unidos: visão brasileira (Samuel Pinheiro Guimarães).

Confesso que tr~es já havia lido tempos atrás, mas a releitura foi fantástica e pontos antes desconhecidos, se clarearam infinitamente e desvendaram enigmas antes ocultos.

Mas, não fiquei o tempo todo de pijama ou bermuda, como se estivesse doente.

Levantava no horário habitual 05h45, escovava os dentes, tomava uma dose de vitamina C e abria a janela para que os raios de sol entrassem na sala/agora refúgio obrigatório. Tomava um comprimido de Atenolol para a pressão alta; Azitromicina (por conta própria).

Ia pra frente do computador e me punha a ler os e-mails como fazia nos dia de trabalho. Depois olhava as mensagens do Whatsapp e me punha a estudar Filosofia. Depois era momento de leitura. E começava por volta de 09h30-10 horas e seguia boas páginas. Anotava as que mais chamavam a atenção.

Fiz deste confinamento uma rotina.

No final destes 15 dias, refeito e autorizado a retornar á rotina no emprego remuneratória, o fiz com desvelo e boa vontade.

Sintomas? Nenhum!

Preocupação com a doença? Não!

Não me abati. Não me tolhi de beber o que desejava, tomar água gelada a cada hora e fazer como se estivesse pronto à rotina diária.

Quem muda seus hábitos, pode também mudar seu organismo e, quando este acha que está doente, aí abre portas aos males.

Eu passei desta etapa, como se me recolhesse para estudar. Nada mais, nada menos!

Por Gregório José

Radialista, Jornalista e Filósofo

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