Este último constitui uma força que qualquer governador deve preparar para melhor enfrentar os desafios do futuro.
O MPLA está a colher o que semeou durante todos estes anos. Seu discurso durante anos consistiu em mentir para os jovens, fazendo-os acreditar que o ativismo valia mais do que a formação profissional.
Na época do JES, o cartão de membro de um partido oferecia mais privilégios do que um diploma para quem tivesse a infelicidade de viver sem ele. As chances de promoção nos serviços do Estado eram nulas sem o cartão do partido. Com o preço do barril de petróleo acima de 100 dólares, essa forma de máfia só poderia funcionar.
Mas, infelizmente, a chegada ao poder da JLO mudou a situação. Na falta de uma formação profissional séria, estes jovens, antes fervorosos militantes, sentem-se abandonados à própria sorte ou mesmo traídos porque o partido já não dispõe dos mesmos meios financeiros para manter este clientelismo baseado essencialmente na corrupção.
O número crescente de ativistas e manifestações é apenas a consequência dessa mudança de paradigma e promessas quebradas.
A taxa de desemprego entre os jovens continua aumentando.
Como pode um jovem sem perspectivas de emprego pensar em constituir família? Isso não é uma violação dos direitos humanos? Diante dessa evidência, não há necessidade de se questionar sobre o consumo excessivo de álcool e drogas.
Antes dos prazos eleitorais e para a sua sobrevivência política, é chegado o momento de o partido no poder assumir as suas responsabilidades, tomando iniciativas que vão no sentido de reverter este estado de coisas.
Apesar das dificuldades financeiras, deve dotar-se dos meios adequados e criar as condições necessárias para dar uma segunda oportunidade a estes jovens desiludidos, para renovar a esperança através de um sistema de aprendizagem em muitos casos.
Observe que, para um investidor estrangeiro, a existência de mão de obra qualificada e com condições sanitárias adequadas em um país é uma vantagem.
Por fim, um segmento significativo da população foi fortemente afetado pela gestão do MPLA. Neste caso, não seria errado falar de crime contra a juventude angolana.
Em nome da credibilidade, apenas um meã culpa do partido dos camaradas poderia ajudar a acalmar os ânimos com a firme vontade política de investir maciçamente nos campos da formação e da aprendizagem.
A fim de recuperar o tempo perdido, a cooperação internacional seria benéfica, independentemente dos governantes.
Pody MINGIEDI / Politólogo.
Observatório e Análises da política Angolana.
Genebra, Suíça