Sexta, 19 de Abril de 2024
Follow Us

Terça, 23 Julho 2019 01:06

Eternos angolanos fora das diferenças

A tarde/noite da rumba congolesa, organizada pelo Mfuca Muzemba e Gabriel Veloso no "Palanca VIP" ontem, sábado, 21, muito bem interpretada pela banda "Big Star", provou uma máxima segundo a qual Angola vale mais que as diferentes convicções e formas de estar dos angolanos.

A Rumba Congolesa acaba por ser um valor da cultura angolana também, uma vez que Angola partilha uma vasta fronteira com os Congos, o que significa que até nos Congos haja "aculturação" de hábitos e costumes de Angola - se é que se consiga separar os valores culturais de Angola e dos Congos, até porque a nossa história de defesa dos valores e da Independência partiu justamente dos Congos, pena é que está mal contada.

Ontem o Palanca VIP juntou diferentes sensibilidades do mundo da política - Makuta Nkondo, Nuno Carnaval, Sikonda Lulendo Alexandre, Fele António, deputados à Assembleia Nacional - da sociedade em geral e de uma classe muito polémica em termos de convicções, hipocrisias e falsidades: a jornalística.

Foi bom conviver - fora das diferentes formas de ver a nossa profissão - com o Reginaldo Silva - dos poucos da antiga geração para o qual faço a minha vénia pela coerência nas suas posições -, Félix Miranda (Conselheiro da ERCA), Albino Carlos (antigo companheiro na ERCA hoje noutra missão de comunicação), Nok Nogueira (NJ), Joaquim Lunda, Coque Mukuta (VOA), Gabriel Veloso (RL), Manuel Kizembo (LAC), Raimundo Salvador (à procura de patrocínio para que o seu programa não morra) e outros cujos nomes não vêm agora à memória.

A sociedade civil esteve muito bem representada pelo Walter Ferreira e Mfuca Muzemba - segundo relatos do Reginaldo Silva, na nossa mesa, são os primeiros "revus" da nova geração, contrariando uma ideia mediatizada de que sejam os "15+2".

O David, o que mais sabia dançar a Rumba Congolesa, foi um outsider na nossa mesa, que serviu para perceber que o nosso jornalismo anda mesmo muito pobre em termos de investigação.

Todos nós dançámos a Rumba Congolesa - eu dancei melhor porque sou craque na dança a dois. O Albino Carlos, o Manuel Kizembo e o Nok Nogueira lá tentaram dar uns toques e deu para ficar no "1, 2", um compasso que casa bem com o ritmo que a bateria e viola ritmo nos impunham. Até o Reginaldo Silva conseguiu sair do semba habitual. O Raimundo Salvador foi o que apreciava o cenário de longe. Não entrou na dança. Talvez esteja a pensar no seu programa em vias de extinção. Espero que ele consiga resolver isso o mais rápido possível. Quero vê-lo dançar. Todos nós conseguimos estar juntos, no mesmo espaço, com as nossas diferenças na forma como encaramos a vida e o país, com muitas fotos a registar o momento, o que conseguiu provar que é possível olharmos para Angola acima dos nossos interesses pessoais. É um exemplo que a nossa geração está a dar à antiga geração do Reginaldo Silva.

Por Carlos Alberto (Cidadão e Jornalista)

 

Rate this item
(0 votes)