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Quinta, 19 Julho 2018 21:56

O ensino de qualidade e os seus desafios essenciais

Não se pode falar de qualidade, se não houver um marco de medição através do qual se exprime os erros cometidos pelos agentes de formação e se possa definir padrões de formação de quadros com qualidade, a qualidade exige normas e padrões a obedecer, nesta sorte, a incursão de instrumento de medição técnica da formação será uma palavra de ordem para qualidade do ensino em Angola.

Por João Henrique Hungulo

O delineamento e a explicitação de dimensões, factores e indicadores de qualidade na formação de quadros, terão ganho

importância relevante para um País que espera resolver os seus problemas de maneira eficiente com um olhar voltado para a evolução, saindo da mera retórica para a acção prática. Nessa direcção, é necessário ressaltar a efectivação de uma escola de qualidade na formação de quadros avistados a um complexo de grande desafio.

De facto, tal questões, remete à apreensão de um conjunto de determinantes que interferem no processo de ensino aprendizagem, no âmbito das relações sociais mais amplas, envolvendo questões macro - estruturais, como concentração de renda, desigualdade social, educação como direito, entre outras. Envolve, igualmente, questões concernentes à análise de sistemas e unidades escolares, bem como ao processo de organização e gestão do trabalho escolar, que implica questões como condições de trabalho, processos de gestão da escola, dinâmica curricular, formação e profissionalização docente. Em outras palavras, é fundamental ressaltar que a educação se articula a diferentes dimensões e espaços da vida social sendo, ela própria, elemento constitutivo e constituinte das relações sociais mais amplas. A educação, portanto, é perpassada pelos limites e possibilidades da dinâmica pedagógica, económica, social, cultural e política de uma dada sociedade.

Escolas actuais quando é que vão deixar de formar em número e passar à formar em qualidade?

A escola deve primar por ser um instrumento de efectividade na formação de um cidadão com valor, virtude e carácter e não num mero espaço de aprendizado de más influências que degradam no homem o carácter, que ao invés de aprender, absorve dela um conjunto de vícios como que o desestruturem para à vida social.

Até então, as escolas actuais funcionam como meros centros de transmissão do saber sem olhos na qualidade do estudante que se forma, porque obedecem normas de formação voltadas para a formação de estudantes em números, a pergunta quantos aprovaram? É o factor chave que desdenha a formação do angolano hoje, há mais olhos pelo número dos aprovados do que pela qualidade do aprovado, o quanto não importa, o que importa é o como aprovaram, quantos podem ser cem ou até mil, só que muitos desses aprovam pagando professores, outros comprando provas, outros ainda colocando alguém a distância a fazer a prova pelo telemóvel e a enviar as respostas pelo whatsap, outros contratam fazedores de provas como verdadeiros mercenários, que os substituem no acto da realização de provas, de então quem olha para o número, olha para a verdadeira desgraça do ensino. O problema em muitas instituições Universitárias é que o número de aprovados as permite a atracção fabulosa de mais recursos à medida que traz o afluxo de gente que odeia o rigor à tais universidade o que transforma essas universidades em meros centros de ensino em número. Incluindo o ódio à professores com rigor que acabam expulsos por darem negativas à gente isenta de esforço na conquista do saber.

Estas Universidades pecam ao colocar de longe a exigência na formação dos estudantes, olhando somente no número de alunos que têm de passar de classe e deixar de longe a qualidade destes alunos. Estas escolas hoje, obedecem mais os padrões de formação para o enriquecimento do dono da Universidade que prima pelo acto de atrair mais clientela estudantil através do fracasso do ensino que se faz, colocam de longe o pendor de formação do passado, quando na era do Mono – partidarismo, ou até então da dita era colonial, onde somente transitava de classe quem soubesse, e quem viriam a ter uma simples quarta classe era possuidor de fortes habilidades no saber, hoje, o presente tomou o peso da evidência contrária, é mais o número, a qualidade foi sepultada na terra do exílio e do silêncio para jamais se levantar. Este dilema, fez as escolas actuas perderem de forma vertiginosa o seu nível de qualidade no âmbito da formação dos quadros.

Critérios de selecção de estudantes para entrada nas universidades como factor decisivo para a qualidade

Os quadros devem obedecer critérios de selecção para a entrada nas escolas Universitárias, critérios de rigor que se desviam da formação de quadros não destinados à prestação de serviços com qualidade que acabam vendidos ao descaso e a negligência técnica. Neste caso, deve – se escusar de aceitar Universidades sem critérios de selecção de alunos universitários onde tanto os que detêm certificados falsos como os outros todos são aceites.

A venda das vagas deve acabar

Um outro cenário que se assiste em muitas instituições desde as escolas de formação médias até algumas universidades é a venda das vagas, o que tem vindo a ditar um sobre – facturamento do corpo gestor ou docente, isso se torna num verdadeiro ácido que degrada o processo de ensino – aprendizagem com recepção de péssimos alunos que muitos dos quais nem escrever sequer os seus próprios nomes sabem.

A passagem de classe deve ser mais rigorosa

A dimensão do ensino com qualidade se expressa no rigor técnico e pedagógico do docente e na exigência sobre o estudante na transição de classe, querendo significar que as escolas devem capacitar – se para a formação do cidadão cuja missão é servir, nesta sorte, devem obedecer padrões de rigor sério e honesto, sofrer reformas importantes para que tal fenómeno possa ser possível. Se quisermos ter uma Angola próspera e brilhante no futuro é necessário rigor no ensino, não fazer valer apenas a quantidade dos formados, mas antes pelo contrário, a qualidade dos formados. As escolas de formação de quadros devem deixar de ser meros mercados de venda de saber, e vigorar mais o aumento do rigor, a qualidade técnica e a atenção cautelosa na formação de quadros, devem ser um imperativo, somente deve transitar de classe quem saber, quem não saber não deve ter mais as inúmeras primazias que têm hoje para transitar de classe

Bem – haja!

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