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Terça, 20 Setembro 2016 13:31

Fundo Soberano de Angola investe em sete fazendas de larga escala

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), que conta atualmente com uma carteira global de ativos de quatro mil milhões de euros, vai investir em fazendas de larga escala de produção agrícola, distribuídas por sete províncias do país.

De acordo com uma informação daquele fundo enviada à Lusa, a concessão para a gestão destas sete fazendas, localizadas nas províncias do Bié, Cunene, Malange, Moxico, Cuando Cubango, Uíge e Zaire, totalizam uma área de 72.000 hectares e foi atribuída diretamente pelo Ministério da Agricultura.

Permitirão criar perímetros agrícolas dedicados a produção de grãos, oleaginosas e arroz para garantir o consumo nacional e exportação, o que acontece numa altura em que o Governo está a dinamizar a diversificação das receitais, ainda concentradas na produção petrolífera.

"Pelo facto de a agricultura empregar mais de metade da população angolana, financiar este ramo aumenta a renda das para as pessoas ao nível das bases e apoia o surgimento de novas oportunidades para o setor privado na cadeia agroalimentar", explica o FSDEA na nota sobre os investimentos aplicados no primeiro trimestre de 2016.

"Os riscos e os ganhos devem ser bem doseados. O investimento na atividade agrícola oferece receitas estáveis e de longo prazo e diversifica as alocações em ativos tradicionais presentes no portfólio. O aporte de 250 milhões de dólares americanos previsto para este ramo pelo FSDEA deve-se a este propósito", sustenta o presidente do conselho de administração do fundo, José Filomeno dos Santos.

O responsável, filho do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e que lidera o principal fundo do país, acrescenta que o aumento da classe média dos países emergentes, a subida dos níveis de rendimento e a expansão das zonas urbanizadas "tende a aumentar a procura de alimentos", pelo que a "longo prazo" o FSDEA e outros investidores deste ramo "alcançarão elevadas receitas líquidas" com estes investimentos.

Entre a carteira de ativos do FSDEA, que totalizam 4,56 mil milhões de dólares (quatro mil milhões de euros) em investimentos, de várias origens, sobretudo em África e na Europa, contam-se também títulos e valores mobiliários, como obrigações, ações e fundos de cobertura, avaliados em 1,84 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros).

Os últimos dados do FSDEA indicam que 220 milhões de dólares (196 milhões de euros) estão aplicados num fundo de Silvicultura, dos quais 10% investidos numa concessão de larga escala de eucaliptos em Angola, 500 milhões de dólares (447 milhões de euros) num fundo imobiliário dos quais 23% aplicados em projetos hoteleiros em Angola e na vizinha Zâmbia, ou ainda 1.100 milhões de dólares (983 milhões de euros) num fundo de infraestrutura, com um peso de 19% em projetos localizados em Angola e no Quénia.

"As grandes alocações em Angola, previstas para os fundos de agricultura e de saúde, com um capital total de 465 milhões de dólares [415 milhões de euros], serão estreadas durante o ano 2016", acrescenta o FSDEA.

Este fundo foi criado com uma dotação de 5.000 milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros), com parte das receitas petrolíferas angolanas, mas desde 2014 que não recebe transferências.

LUSA

 

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