Em dezembro de 1977 é detido pela Disa por opção política diferente, tornou-se membro da Organização Comunista de Angola (OCA). Na prisão da Disa cadeia de S. Paulo, o Sebas foi tratado como um dos piores inimigos do regime, tendo sido submetido às mais terríveis torturas até ali nunca aplicadas pela a Disa aos detidos.
O Sebas rejeitou abrir a boca terminantemente, ficou mudo e surdo-Lhe aplicaram todos os nguelelos, ficou mesmo louco de tanta tortura, de tanta maldade humana acabou por ficar com a face deformada porque lhe fraturaram a mandíbula e lhe retiraram dentes.
Sebas tinha deixado de poder comer alimentos sólidos porque não conseguia mastigar, as palavras lhe saíam tortas por dificuldades de articular. Foi colocado numa cela (+1m2 de tamanho) no chamado comboio desde o início da sua detenção, era imenso o sofrimento físico, tinha o psíquico despedaçado, mas a alma era gigantesca.
Naquele imenso sofrer, sempre que se cruzava nos corredores da tortura, com alguns dos seus companheiros. Mostrava alto o punho cerrado, era a alma dele que se mantinha pura e dura como um diamante joia sacada das estrelas.
Durante todo o tempo que esteve na prisão ficou em cela individual, por um lado por castigo, por outro porque estava tão destruído. Que não tinha como lhe apresentar junto de outros seus companheiros, assim ficou sempre longe dos seus companheiros.
Depois saiu da cela do castigo para outra cela, a chamada automotora e durante muito mais tempo que todos os outros detidos não teve direito à visita de familiares ou à comida de casa.
Começou a prisão numa cela e dois anos depois continuava isolado e enlouquecido numa cela.
O Sebas ganhou justamente por tudo que passou pela cadeia, sem abrir a sua boca o estatuto justo de um verdadeiro herói da resistência à ditadura
Fernando Vumby