Sábado, 26 de Julho de 2025
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Sexta, 25 Julho 2025 15:15

Crescimento económico angolano deve traduzir-se em menos pobreza

O secretário de Estado para o Planeamento angolano reconheceu hoje, em Luanda, que não basta Angola registar crescimento económico, mas que os resultados se traduzam “em menos pobreza e mais emprego, sobretudo para a população mais jovem”.

Luís Epalanga procedeu hoje à abertura do evento “Academia Banco Mundial”, para apresentação de três trabalhos analíticos do Grupo Banco Mundial, sobre a situação e perspetivas económicas de Angola, que se realizou no âmbito da visita ao país, esta semana, de uma delegação da instituição.

O Banco Mundial apresentou a primeira edição do Relatório Económico de Angola, o Memorando Económico do País e o Diagnóstico do Setor Privado.

O governante angolano considerou estes relatórios “ferramentas estratégicas de transformação” porque reforçam a capacidade institucional do Governo para formular políticas bases das em evidências e com maior impacto e maior alocação de recursos.

“Oferecem informações estratégicas ao setor privado nacional e estrangeiro, ao identificarem com precisão onde estão entraves, desafios, mas fundamentalmente apontar oportunidades de investimentos em setores como a agricultura, indústria transformadora, energia, infraestruturas e serviços financeiros e digitais”, disse.

Segundo Luís Epalanga, estes instrumentos contribuem também para aumentar a transparência e a previsibilidade no ambiente económico, elementos essenciais para a consolidação da confiança dos investidores, dos parceiros multilaterais e dos cidadãos, promovendo ao mesmo tempo “um diálogo aberto com a sociedade civil, incentivando estímulo, escrutínio público a e corresponsabilização de todos atores na construção de soluções sustentáveis”.

O secretário de Estado para o Planeamento sublinhou que, nos últimos anos, o Governo de Angola tem concretizado várias reformas ambiciosas, para estabilizar a situação macroeconómica, diversificar as fontes de crescimento económico, melhorar o ambiente de negócios e, fundamentalmente, promover maior inclusão social e financeira.

Os resultados alcançados até esta altura impelem Angola a continuar com estas reformas de forma determinada, salientou Luís Epalanga, destacando que no primeiro trimestre deste ano o Produto Interno Bruto cresceu cerca de 4%, depois de ter crescido 4% em 2024, impulsionado essencialmente pelo desempenho do setor não petrolífero, com um crescimento de 5,4%, dos quais se destacam os subsetores de agricultura (5,7%), comércio (2%) e indústria transformadora (2%).

De acordo com o governante angolano, a inflação tem registado uma trajetória descendente, “reflexo das políticas monetárias prudentes e de estabilização cambial e do aumento ainda que insuficiente dos níveis de produção interna de bens alimentares”, destacando igualmente a redução da taxa de desemprego de 32%, no primeiro trimestre de 2024, para 29,4% em igual período deste ano.

“Apesar dos avanços dos últimos anos persistem desafios estruturais, que ainda limitam o pleno potencial da nossa economia, com destaque para a elevada dependência do setor petrolífero, que continua a representar mais de 80% das exportações, mais de 30% das recetas fiscais e pouco menos de 20% do Produto Interno Bruto, tornando a economia vulnerável a oscilações de eventos que decorram do contexto internacional, de quando às vezes de contexto interno”, destacou.

Entre os membros que compõem a delegação do Grupo Banco Mundial destaca-se o recentemente nomeado vice-presidente regional para a África oriental e austral, Ndiamé Diop, que, tal como o diretor-geral sénior do Grupo, Axel Van Trotsenburg, visita Angola pela primeira vez.

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