Segunda, 14 de Julho de 2025
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Segunda, 14 Julho 2025 11:21

UNITA pede responsabilização de autores de agressão contra manifestantes em Luanda

O grupo parlamentar da UNITA, maior partido da oposição angolana, condenou e repudiou "com veemência" as agressões contra cidadãos, em particular de deputados, que participaram no sábado numa manifestação em Luanda, pedindo responsabilização dos autores destes atos.

Numa nota de repúdio, o grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), "repudiou com veemência" a forma como a polícia angolana reprimiu a manifestação pacífica contra a subida dos preços do gasóleo, dos transportes públicos e das propinas, convocada por diversas organizações da sociedade civil, que resultou em "detenções arbitrárias e dezenas de feridos entre os cidadãos" que participaram no protesto.

"O grupo parlamentar da UNITA condena os atos contra a integridade física dos manifestantes, em geral, e dos deputados, em particular, que devidamente identificados e em solidariedade às justas reivindicações dos cidadãos, estiveram presentes", sublinha-se na nota.

De acordo com a UNITA, houve "violência contra o deputado Jeremias Mahula e demais cidadãos feridos, num claro atentado à sua vida, integridade física e dignidade, quando estes se encontravam no pleno exercício dos seus direitos constitucionalmente consagrados".

"O papel da Polícia Nacional, nos termos da Constituição da República de Angola e da lei, é assegurar a ordem pública, garantir a segurança dos cidadãos, das instituições e do património público e privado, e não se permitir instrumentalizar por uma agenda pessoal ou partidária que visa efetivar o Estado autocrático e totalitário", realça-se na nota.

O grupo parlamentar do maior partido da oposição em Angola instou as autoridades competentes "a responsabilizarem os autores das agressões ao deputado Mahula e às outras vítimas resultantes da injustificada obstrução da marcha e violência policial contra os manifestantes e a consequente reparação dos danos físicos, morais e materiais".

A polícia angolana dispersou com gás lacrimogéneo a marcha de centenas de cidadãos que protestavam, em Luanda, contra o aumento do preço dos combustíveis e dos transportes coletivos, criticando as autoridades governamentais.

A tarifa dos táxis coletivos em Angola passou a ser, desde 04 de julho, 300 kwanzas por viagem (0,28 euros) e a dos autocarros urbanos subiu para 200 kwanzas por viagem (0,19 euros), desde segunda-feira, uma medida que surge na sequência do aumento do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro (0,28 para 0,37 euros).

Ativistas, membros da sociedade civil, taxistas, vendedores, estudantes e membros de partidos políticos na oposição juntaram-se à marcha promovida pelo denominado movimento social contra o decreto que aprova o reajuste do preço dos combustíveis em Angola, empunhando cartazes com dizeres como "combustível sobe, barriga ronca"; "300 kwanzas é muito", "não aceitamos leis que matam o povo", "estamos cansados de comer no lixo", "o país é bom, mas o MPLA (partido no poder) é que não presta".

Para travar os manifestantes, alguns dos quais afirmaram ter como destino o Palácio Presidencial, Polícia de Intervenção Rápida (PIR) dispersou a marcha com o lançamento de gás lacrimogéneo.

A situação gerou pânico entre os manifestantes e transeuntes que procuraram um lugar para se refugiar, entre gritos e críticas à postura da PIR, que em vários pontos lançou bombas de gás lacrimogéneo, tendo-se registado feridos e algumas pessoas desmaiaram.

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Last modified on Segunda, 14 Julho 2025 15:38