A plataforma do homem mais rico do mundo, Elon Musk, anteriormente denominado Twitter, anunciou há um ano que não bloquearia mais conteúdos de caráter erótico e pornográfico "desde que fossem produzidos e distribuídos de forma consensual".
O ministro da Informação da Tanzânia, Jerry Silaa, disse hoje a uma emissora de televisão local que esse facto "contradiz as regulamentações" do país. Silaa explicou que o X divulgava "pornografia e homossexualidade, que são contrárias às leis, à cultura, aos costumes e às tradições do país".
A Tanzânia bloqueou o acesso ao X em 20 de maio, dia em que uma conta da polícia foi pirateada e anunciou falsamente a morte da Presidente Samia Suluhu Hassan, além de terem sido divulgados vídeos pornográficos.
No mesmo dia, a conta do YouTube da administração fiscal do país também foi invadida e conteúdo pornográfico foi divulgado. O bloqueio do acesso ao X ocorre num contexto de repressão política por parte do executivo tanzaniano à medida que se aproximam as eleições legislativas e presidenciais de outubro.
O regime é acusado pela oposição e pelas Organizações Não-Governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos de recair nas práticas autoritárias do anterior Presidente John Magufuli (2015-2021).
Foram relatados bloqueios de redes sociais em períodos eleitorais anteriores, nesta nação vizinha de Moçambique. Silaa advertiu que o Governo estava a monitorizar o conteúdo de outras plataformas 'online' consideradas contrárias à legislação do país.
Desde 20 de maio, os tanzanianos só podem aceder ao X utilizando uma rede privada virtual (VPN), constatou um jornalista da AFP.