Quarta, 01 de Mai de 2024
Follow Us

Sexta, 15 Dezembro 2023 17:11

Antigo Presidente da Comissão eleitoral da RDC anuncia aliança político-militar com grupos M23

O líder da oposição congolesa anunciou hoje a criação de uma aliança político-militar com vários grupos armados, incluindo o movimento rebelde 23 de Março (M23), para “restaurar a paz” na República Democrática do Congo (RDCongo).

Corneille Nangaa, líder da oposição congolesa e ex-presidente da Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI), atualmente no exílio, realizou uma conferência de imprensa num hotel em Nairobi, ao lado de Bertrand Bisimwa, chefe do M23.

Na conferência de impresa, Nangaa anunciou a criação de uma coligação político-militar nacional e apelou à “união de todas as forças políticas, sociais e militares”, para “reconstruir o Estado e “restaurar a paz” no país.

Segundo o líder, esta iniciativa é necessária para acabar com a “fraqueza do Estado congolês” e a sua incapacidade de restaurar a sua autoridade no território.

Nangaa afirmou que pelo menos nove grupos armados, incluindo o M23, já se juntaram ao seu projeto “Aliança para o Futuro do Congo”, assim como milícias das forças armadas congolesas.

O M23 é um grupo rebelde que opera principalmente em Kivu do Norte, província a leste do país. Após um conflito entre 2012 e 2013, a RDCongo e o grupo assinaram um acordo de paz, mas os rebeldes lançaram uma nova ofensiva em novembro do ano passado, com o apoio do Ruanda, que já causou sete milhões de deslocados internos no país.

O anúncio surge numa altura em que o país, que faz fronteira com Angola, se prepara para as eleições presidenciais, legislativas, regionais e municipais, agendadas para o próximo dia 20, nas quais o atual Presidente, Félix Tshisekedi, se candidata a um segundo mandato.

Tshisekedi chegou ao poder nas eleições de 2018, sucedendo a Joseph Kabila, num processo eleitoral controverso, sendo que, de acordo com Nangaa, aconteceu um “acordo de partilha de poder” entre o ex e o atual presidente, que foi posteriormente validado pelos Presidentes da África do Sul e do Egito.

Tshisekedi negou qualquer "acordo fraudulento" com o seu antecessor.

Rate this item
(0 votes)