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Sexta, 06 Dezembro 2019 20:39

Adalberto Costa Júnior avisa "não vamos engolir sapos"

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, avisou que o seu partido não vai engolir sapos e que estará na linha da frente do combate por uma Angola para os cidadãos nem que, para isso, no limite, tenha de sair às ruas.

Na edição desta sexta-feira, 6, do programa Angola Fala Só com a participação de muitos ouvintes e internautas, Costa Júnior acusou o MPLA de manter um regime partidarizado, que nunca condenou a fraude eleitoral, que mantém controlada a comunicação pública e que divide a riqueza do país entre seus dirigentes.

“Não vamos engolir sapos, não senhor”, reiterou o líder da oposição ante uma pergunta directa de um internauta, nomeadamente sobre a fraude eleitoral que, para Costa Júnior, “tem sido prática do regime”, como sempre “foi denunciado pela UNITA”.

As eleições autárquicas e o programa da UNITA caso ganhe as legislativas em 2022 foram temas recorrentes do programa, com Adalberto Costa Júnior a garantir que, apesar de como disse um internauta “o MPLA não quer realizar as autarquias", “nós tudo faremos para que elas sejam realizadas”.

Autarquias em todo o país

Para ele, o partido no poder “acostumou-se a governar na vertical, em que decide no topo e todos obedecem” e, por isso, não quer as eleições autárquicas”.

“As autarquias colocam o poder na horizontal e o MPLA tem medo da horizontalidade do poder” porque “os cidadãos são ouvidos e participam na gestão” da sua região, do seu município.

Por isso, “as eleições terão de realizar-se em todo o país” e não de forma gradual como quer o MPLA e “a UNITA não abre mão disso”, reiterou o líder do principal partido da oposição angolana.

Autonomia para Cabinda

Nas respostas as questões concretas colocadas por ouvintes e internautas, Adalberto Costa Júnior considerou que “quem incutiu o extremismo em Cabinda foi o Governo”, com a sua política de desrespeito pela população e “privilegiando a repressão ao diálogo”.

"Há pouco tempo vi uma manifestação extremada de mulheres em Cabinda", precisamente por causa das políticas do MPLA.

O presidente da UNITA disse defender uma “ampla antonomia para Cabinda, como ponto de partida” para um diálogo com todos e prometeu visitar Cabinda no início de 2020.

Justificou, a pedido de um ouvinte, o facto de não ter estado naquela província durante a campanha por “dificuldades no acesso a um lugar nos aviões na data prevista”.

Quanto às Lundas, onde dois ouvintes descreveram a “situação de desrespeito pelos direitos humanos e pobreza generalisada, com os estrangeiros a se enriquecerem com as nossas riquezas”, Costa Júnior foi duro contra o Governo que, segundo ele, “tem violado todos os direitos humanos, abandonando a população e distribuído as riquezas dos diamantes entre os dirigentes”.

"UNITA não fez ameaças" a autora de livro sobre Savimbi

A recente publicação do livro Heroínas da Dignidade, da jornalista Bela Malaquias, em que denuncia fortes violações de direitos humanos, entre outros crimes, do fundador da UNITA, Jonas Savimbi, levou internautas a pedir a Costa Júnior um comentário as “ameaças de morte contra a autora”.

“Essas ameaças não vieram da UNITA, que respeita a liberdade de expressão e de opinião de todos”, respondeu, dizendo no entanto “não haver coincidência no facto do livro ter sido lançado depois de um congresso bem sucedido e a reabilitação da imagem do dr. Jonas Savimbi com o seu sepultamento”.

Adalberto Costa Júnior reiterou que não foge a nenhum tema e que, por exemplo, vai integrar antigos generais da UNITA, que podem, nas estruturas do partido, enquanto vai avançar com uma campanha de pressão para a integração dos antigos militares nas estruturas do Estado

"Sair ás ruas"

“O processo está pronto há muito tempo, na mesa do senhor Presidente da República, basta ele querer”, revelou o presidente da UNITA, que prometeu, caso não haja uma solução nos próximos tempos “recorrer aos tribunais angolanos, primeiro, e se não houver resposta, aos tribunais internacionais”.

Nas grandes políticas, Costa Júnior apontou como prioridades a educação, saúde, agricultura, economia, “sempre em auscultação dos angolanos que têm noção da situação” do país e, “no limite sairemos às ruas”.

No programa, o presidente da UNITA discorreu ainda sobre outros temas como quando questionado “quem ele é”. Acompanhe o programa. VOA

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