Para o efeito, seis critérios de classificação foram usados, mormente, a eficiência da gestão alfandegária, a qualidade das infraestruturas de comércio e transporte, a fiabilidade da expedição de cargas e seus preços concorrenciais, a utilização das tecnologias de localização das mercadorias, bem como a capacidade e qualidade dos serviços logísticos.
A África do Sul é a primeira classificada do Continente africano e vigésima nona, mundialmente, com 3.51 pontos, regrediu nove posições desde o ano de 2016, seguida pelo Botswana, com 2.96 pontos na posição 58, e Egipto com 2.95 pontos. Angola está na 160 posição, regrediu 21 posições em dois anos (2016-2018). Este quadro vergonhoso,
é o apelo aos órgãos nacionais com operação no comércio interno e externo, tecnologias, transportes e segurança a implementarem técnicas administrativas simples e as técnologias numéricas nas suas acções. Esta última é nos dias actuais o elemento pivot do sucesso nas organizações privadas como públicas, e com vontade política e técnica, Angola reverterá esta qualificação até ao ano de 2021. Angola está a 10 posições abaixo da República Centro Africana, 17 do Congo Democrático, 27 do Congo Brazzaville, 32 da Guiné-Bissau, 55 de São-Tomé e
Príncipe, 58 de Moçambique e oitenta posições abaixo da Namíbia. A reflexão leiga admira a posição avançada de alguns destes países africanos acima referidos, com pouca (ou nenhuma) visibilidade internacional e sem banga económica como Angola, mas se diferenciam da banda, no arregaço das mangas, na vontade de aplicar o traçado no papel, o desejo de procurar e encontrar outras fontes de rendimento financeiro para o país, mesmo com a dependência total do petróleo ou com exploração e exportação estática dos seus produtos do sector primário e facilitar o comércio interno e externo. A eficácia dos processos alfandegários de Angola é péssima, e é notável no primeiro contacto com os agentes da Polícia nacional e dos Serviços de Migração e Estrangeiro no Aeroporto internacional de Luanda, 4 de Fevereiro, e evidentemente, nos serviços portuários e outros órgãos públicos não é muito diferente.
Infeliz são a compreensão e paciência que os agentes économicos, os turistas e outros consumidores destes serviços precisam investir, até porque as operações logísticas são embrionárias na gestão das empresas nacionais, mas a complexa, morosa, onerosa e corrupta barreira aduaneira e não aduaneira existente em Angola é uma das consequências desta classificação e da incorrecta interpretação do concepto logístico em Angola, como, algumas pessoas, a associam a recepção e distribuição de alimentos, que não é o mal de todo, porque também é parte integrante da logística.
Por outro, a qualidade das infraestruturas de comércio e transporte em Angola, necessitam de atenção séria e particular do governo e dos gestores de empresas públicas e privadas, de outro modo, não haverá competitividade nacional, nem uma posição estratégica a nível africano, pelo menos no ramo do comércio doméstico e internacional. Angola deve, agora como nunca, com empenho e seriedade, tirar realmente proveito das actuais dificéis condições socioéconómicas para desenvolver as suas infraestruturas ligadas ao comércio, assim como valorisar os recursos humanos e financeiros existentes. As operações logísticas permitem a redução de até 40% das despesas técnico-administrativas de qualquer organismo.
No entanto, Angola deverá usufruir dos seus 23 Pólos de Desenvolvimento indústriais, das Zonas Económicas Especiais ou Exclusivas, da modernização dos Portos Marítimos, aproveitando estender e melhorar o Porto de Cabinda, transportar ou expedir diversas mercadorias por via dos actuais caminhos-de-ferro, beneficiar e explorar essencialmente os ractificados acordos bilatérais ou multilaterais nos ramos do comércio, da ciência e técnologias, buscar vantagens sul-sul nos mercados fronteiriços, como os Congos Kinshasa e Brazzaville, Namíbia, Zâmbia, Botswana e outros da SADC e África em geral, da Zona - Tripartida de Livre Comércio, da União Aduaneira da África Austral e do Mercado Comum da África Oriental e Austral. E os
Catamarãs em Angola podem ser contributos à logística nacional, de formas a incentivar o empresariado privado que é o primeiro e mais importante operador económico no seio de qualquer economia de mercado, como é a regida no País, a utilizar para o transporte marítimo de mercadoria, essencialmente no período de pouco fluxo de passageiros. Facilitar e melhor utilizar estes meios de apoio ao comércio, permitirá igualmente a circulação das inúmeras toneladas de produtos primários desperdiçados nos campos agrícolas de outras províncias, instalando reais e activas Zonas de Distribuição e Tratamento Logístico em pontos estratégicos regionais, e reagrupar a produção nestas zonas, para posterior distribuição a nível nacional.
Nós podemos! – Angola à frente, África em frente.
Fonte: Trade Logistics in The Global Economy 2018 – World Bank
www.worldbank.org
Chaire de recherche du Canada en Logistique intégrée – Faculté des sciences de l’administration
https://www4.fsa.ulaval.ca/la-recherche/chaires-de-recherche/chaire-de-recherche-du-canada-en-logistique-integree/
Ministério da Indústria de Angola
http://www.mind.gov.ao/VerNoticia.aspx?id=27830
Por Antunes EMC MUAQUESSE © -