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Quinta, 12 Setembro 2019 17:24

Angola regista o pior desempenho nas operações de comércio externo (logística) dos PALOP’s

O relatório do Banco Mundial referente às melhores realizações no domínio da Logística indica que em 167 países analisados, África marca pontos, não se deixa (quase) levar pela burocracia habitual. No cume da tabela, está Alemanha com a pontuação de 4.19, à frente dos Países Baixos e da Suécia com 4.07 e Singapura com 4.05 pontos.

Para o efeito, seis critérios de classificação foram usados, mormente, a eficiência da gestão alfandegária, a qualidade das infraestruturas de comércio e transporte, a fiabilidade da expedição de cargas e seus preços concorrenciais, a utilização das tecnologias de localização das mercadorias, bem como a capacidade e qualidade dos serviços logísticos.

A África do Sul é a primeira classificada do Continente africano e vigésima nona, mundialmente, com 3.51 pontos, regrediu nove posições desde o ano de 2016, seguida pelo Botswana, com 2.96 pontos na posição 58, e Egipto com 2.95 pontos. Angola está na 160 posição, regrediu 21 posições em dois anos (2016-2018). Este quadro vergonhoso,

é o apelo aos órgãos nacionais com operação no comércio interno e externo, tecnologias, transportes e segurança a implementarem técnicas administrativas simples e as técnologias numéricas nas suas acções. Esta última é nos dias actuais o elemento pivot do sucesso nas organizações privadas como públicas, e com vontade política e técnica, Angola reverterá esta qualificação até ao ano de 2021. Angola está a 10 posições abaixo da República Centro Africana, 17 do Congo Democrático, 27 do Congo Brazzaville, 32 da Guiné-Bissau, 55 de São-Tomé e

Príncipe, 58 de Moçambique e oitenta posições abaixo da Namíbia. A reflexão leiga admira a posição avançada de alguns destes países africanos acima referidos, com pouca (ou nenhuma) visibilidade internacional e sem banga económica como Angola, mas se diferenciam da banda, no arregaço das mangas, na vontade de aplicar o traçado no papel, o desejo de procurar e encontrar outras fontes de rendimento financeiro para o país, mesmo com a dependência total do petróleo ou com exploração e exportação estática dos seus produtos do sector primário e facilitar o comércio interno e externo. A eficácia dos processos alfandegários de Angola é péssima, e é notável no primeiro contacto com os agentes da Polícia nacional e dos Serviços de Migração e Estrangeiro no Aeroporto internacional de Luanda, 4 de Fevereiro, e evidentemente, nos serviços portuários e outros órgãos públicos não é muito diferente.

Infeliz são a compreensão e paciência que os agentes économicos, os turistas e outros consumidores destes serviços precisam investir, até porque as operações logísticas são embrionárias na gestão das empresas nacionais, mas a complexa, morosa, onerosa e corrupta barreira aduaneira e não aduaneira existente em Angola é uma das consequências desta classificação e da incorrecta interpretação do concepto logístico em Angola, como, algumas pessoas, a associam a recepção e distribuição de alimentos, que não é o mal de todo, porque também é parte integrante da logística.

Por outro, a qualidade das infraestruturas de comércio e transporte em Angola, necessitam de atenção séria e particular do governo e dos gestores de empresas públicas e privadas, de outro modo, não haverá competitividade nacional, nem uma posição estratégica a nível africano, pelo menos no ramo do comércio doméstico e internacional. Angola deve, agora como nunca, com empenho e seriedade, tirar realmente proveito das actuais dificéis condições socioéconómicas para desenvolver as suas infraestruturas ligadas ao comércio, assim como valorisar os recursos humanos e financeiros existentes. As operações logísticas permitem a redução de até 40% das despesas técnico-administrativas de qualquer organismo.

No entanto, Angola deverá usufruir dos seus 23 Pólos de Desenvolvimento indústriais, das Zonas Económicas Especiais ou Exclusivas, da modernização dos Portos Marítimos, aproveitando estender e melhorar o Porto de Cabinda, transportar ou expedir diversas mercadorias por via dos actuais caminhos-de-ferro, beneficiar e explorar essencialmente os ractificados acordos bilatérais ou multilaterais nos ramos do comércio, da ciência e técnologias, buscar vantagens sul-sul nos mercados fronteiriços, como os Congos Kinshasa e Brazzaville, Namíbia, Zâmbia, Botswana e outros da SADC e África em geral, da Zona - Tripartida de Livre Comércio, da União Aduaneira da África Austral e do Mercado Comum da África Oriental e Austral. E os

Catamarãs em Angola podem ser contributos à logística nacional, de formas a incentivar o empresariado privado que é o primeiro e mais importante operador económico no seio de qualquer economia de mercado, como é a regida no País, a utilizar para o transporte marítimo de mercadoria, essencialmente no período de pouco fluxo de passageiros. Facilitar e melhor utilizar estes meios de apoio ao comércio, permitirá igualmente a circulação das inúmeras toneladas de produtos primários desperdiçados nos campos agrícolas de outras províncias, instalando reais e activas Zonas de Distribuição e Tratamento Logístico em pontos estratégicos regionais, e reagrupar a produção nestas zonas, para posterior distribuição a nível nacional.

Nós podemos! – Angola à frente, África em frente.
Fonte: Trade Logistics in The Global Economy 2018 – World Bank
www.worldbank.org

Chaire de recherche du Canada en Logistique intégrée – Faculté des sciences de l’administration

https://www4.fsa.ulaval.ca/la-recherche/chaires-de-recherche/chaire-de-recherche-du-canada-en-logistique-integree/
Ministério da Indústria de Angola

http://www.mind.gov.ao/VerNoticia.aspx?id=27830

 Por Antunes EMC MUAQUESSE © -

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