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Quinta, 04 Junho 2020 21:18

BPC recuperou mais de metade dos 260 milhões de Kz desviados por funcionários

Antonio Lopes, PCA do BPC Antonio Lopes, PCA do BPC

O presidente do Conselho de Administração do estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC) anunciou que foram recuperados mais de metade dos 260 milhões de Kz (cerca 1,5 milhões de dólares) desviados por funcionários.

André Lopes falava aos jornalistas à margem da assembleia-geral de accionistas do banco, realizada ontem.

O banqueiro adiantou que foi consumada a fraude de 260 milhões de kwanzas e houve igualmente a tentativa de desvio de 32 mil milhões de kwanzas (cerca de 194 milhões de dólares).

Segundo André Lopes, as pessoas foram identificadas e responsabilizadas por iniciativa do banco, que apresentou uma queixa-crime contra os mesmos.

"Nós detectámos, denunciámos, fizemos a queixa-crime e pusemos as pessoas a esclarecer o que aconteceu", explicou o administrador do banco.

Acrescentou que mais de 50% do montante foi já recuperado, com recursos que havia em contas, terrenos, viaturas e uma casa.

"Conseguimos recuperar metade deste valor. Há uma metade em que o assunto está ao nível do tribunal, ainda não foi julgado e depois vamos ver como é que o banco vai recuperar", frisou.

De acordo com os dados fornecidos ontem, o banco registou em 2015 um resultado líquido de 8,3 mil milhões de kwanzas (cerca de 50 milhões de dólares).

IGAPE vai ser o novo acionista

O Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) angolano vai injetar 396 mil milhões de kwanzas, cerca de 611,5 milhões de euros, no estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC), tornando-se acionista com 37,3% do capital.

O anúncio foi feito hoje em Luanda pelo presidente do conselho de administração do BPC, André Lopes.

O Plano de Recapitalização e Reestruturação, que será implementado no decurso dos próximos três anos, prevê que serão necessários 880,1 mil milhões de kwanzas (1,3 mil milhões de euros) para capitalizar o banco em 2020.

Deste montante, 163,7 mil milhões de kwanzas (252,8 milhões de euros) serão provenientes do Ministério das Finanças (Minfin), principal acionista do BPC, sob a forma de títulos, enquanto o IGAPE vai injetar 396 mil milhões em títulos e 15 mil milhões em numerário.

“A entrada do IGAPE na estrutura acionista do banco não vai refletir-se no esforço de endividamento do Estado porque estes títulos são os mesmos que, há dois anos, o Estado emitiu para recapitalizar a Recredit [sociedade de recuperação de ativos] para comprar crédito ao BPC”, indicou o responsável.

“Decidiu-se descapitalizar a Recredit e passar esses títulos para o IGAPE, logo não há um aumento do endividamento público que foi feito mais atrás”, explicou André Lopes.

Para este total, conta ainda a reestruturação de títulos com maturidade a 24 anos no valor de 263,3 mil milhões de kuanzas (406,6 milhões de euros) para Obrigações do Tesouro a cinco anos, “que também não vai aumentar o endividamento, e sim acelerar o serviço da dívida”, revelou.

Por fim, está também contemplado o saneamento de crédito malparado no valor de 57,1 mil milhões de kuanzas cedido à Recredit.

Com a recomposição acionista, o BPC detido atualmente pelo Minfin (75%), Instituto Nacional de Segurança Social (15%) e Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (10%), passará a ver a participação do Minfin reduzida para 53,3%, o IGAPE ficará com 37,3%, o INSS com 5,6% e a Caixa das Forças Armadas Angolanas para 3,7%.

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