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Segunda, 09 Agosto 2021 14:28

BNA ‘chama’ principais operadores da cadeia alimentar para ajudarem na estabilização de preços

No âmbito da auscultação periódica e regular do Banco Nacional de Angola (BNA) aos agentes económicos, teve lugar na última sexta-feira, 06, um encontro que visou obter subsídios que contribuam para o alcance da estabilidade de preços na economia

No encontro, foi feita uma apresentação sobre a conjuntura económica, pautada, no contexto internacional, pela flexibilização das medidas restritivas à Covid-19, cujo impacto se tem traduzido na recuperação da actividade económica, aumento da procura, subida de preços das commodities energéticas e não-energéticas (alimentares) e o surgimento de pressões inflacionistas.

Entretanto, a classe de “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” tem sido a que mais contribui para o aumento do nível geral de preços, com uma contribuição média de 71% ao longo dos primeiros seis meses do ano em curso.

Segundo súmula da “evolução dos preços dos alimentos e volume das importações” publicada pelo Departamento de Estatística do BNA neste início de mês de Agosto 2021, na variação do IPCN, a classe de Alimentação e Bebidas não Alcoólicas foi a que registou o maior aumento de preços em termos homólogos com 31,01%, verificando-se uma aceleração de 3,00 pontos percentuais quando comparado ao mês de Junho de 2020 (28,05%).

Em Junho de 2021, a classe de “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” foi também a que registou o maior aumento de preços (2,57%), o que representa um agravamento de 0,11 pontos percentuais, quando comparado ao mês de Maio de 2021, que situou-se em 2,46%.

A mesma classe que vimos referindo foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços durante o mês de Junho, seguida da classe de “Bens e Serviços Diversos”.

A maior parte dos produtos da cesta básica registou uma variação acima de 30,0% (em termos homólogos) e superior a 2,0% (em termos mensais). Com estes aumentos, o custo médio da cesta básica por unidade está em torno de 28,479,72 Kz, um aumento de 19,4% em relação ao período homólogo.

De um modo geral, nota-se uma tendência de redução das importações dos bens alimentares, não obstante a recuperação verificada a partir de Março de 2021.

A redução na importação de produtos da cesta básica foi mais acentuada tanto em termos de valor como de volume.

Observa-se uma redução notável na importação dos produtos da cesta básica. O volume das importações dos produtos da cesta básica reduziu em 55,5% e 45,9% em termos de variação homóloga e semestral, ao passo que o valor das importações reduziu em 46,5% e 48,4% em igual período.

Em termos homólogos, o destaque vai para a redução do volume das importações da farinha de trigo (91,3%), arroz (28,2%), massa alimentar (93,9%), farinha de milho (64,5%) e óleo de palma (38,4%).

No mês de Maio do corrente ano, foi revisto em alta o objectivo de inflação do ano de 2021 para 19,5%, sendo que até o mês de Junho, a inflação homóloga cifrouse em 25,32% (IPCN).

Segundo o BNA, a manutenção da inflação em níveis razoáveis é fundamental para a estabilidade macroeconómica. “Todos agentes económicos devem trabalhar para que seja alcançada a tão almejada estabilidade de preços”.

Os operadores do sector alimentar evocaram os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre o aumento dos custos dos bens importados, a ainda insuficiente oferta de bens alimentares produzidos no país e o efeito deferido de parte dos ajustamentos macroenómicos, como principais factores de influência sobre o comportamento de preços dos alimentos, mas, mostraram-se sensíveis à necessidade de estabilidade, tendo reconhecido os ganhos alcançados a nível das reformas no mercado cambial e o abrandamento do ritmo de crescimento dos preços nos mercados internacionais, conforme os dados mais recentes do índice de alimentos da FAO.

No final do encontro, o Governador do BNA reiterou o compromisso da instituição com a preservação do valor da moeda, fazendo uso dos instrumentos de política monetária para o efeito e contando com a compreensão e resiliência da classe empresarial para o alcance do bem público que é a estabilidade de preços.

No que se refere à economia nacional, foi realçado o percurso de melhoria dos níveis de actividade económica, pese embora manterse ainda em território negativo.

O mercado cambial tem-se revelado estável desde o último trimestre de 2020 e as reservas internacionais mantêm-se com um grau de cobertura de importação de bens e serviços de cerca 11 meses. OPAIS

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