De acordo com a análise económica ao país, divulgada no seguimento da descida do 'rating', na semana passada, os analistas escrevem que "o perfil de crédito de Angola é prejudicado pela moldura institucional fraca e pela contínua deterioração das métricas da dívida, com a dívida pública a chegar provavelmente aos 120% este ano".
A Moody's alerta que Angola "continua vulnerável a uma depreciação adicional da moeda" e escreve ainda que "as métricas de crédito deverão provavelmente deteriorar-se de forma significativa devido ao forte impacto negativo do choque petrolífero e da pandemia do novo coronavírus".
Na semana passada, a Moody's concluiu o processo de revisão do 'rating' de Angola, tendo revisto em baixa a opinião sobre a credibilidade da dívida soberana de Angola de longo prazo, emitida em moeda local e estrangeira, de B3 para Caa1, e alterou a perspetiva de evolução para estável.
A Moody’s justificou a decisão de rever em baixa a notação com “os choques resultantes da acentuada queda no preço do petróleo e da pandemia do novo coronavírus e o relacionado agravamento da desvalorização da moeda”.
Estes fatores “contribuíram para um enfraquecimento significativo das já fracas finanças públicas e da frágil posição externa” do país, acrescentaram os analistas.
Já a passagem da perspetiva para estável significa para a Moody’s que os riscos do crédito a Angola estão “adequadamente refletidos no atual rating de Caa1”.
As notas B3 e Caa1 pertencem ambas a um grau de não investimento, cuja escala descendente vai de Ba1 a C. As obrigações classificadas Caa (1, 2 ou 3) são consideradas de qualidade pobre e sujeitas a um risco de crédito muito elevado, na definição da agência de rating.