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Terça, 25 Agosto 2020 11:34

Angola pode deixar de pagar dívida de 2,6 mil milhões de dólares

Angola pode deixar de pagar 2,6 mil milhões de dólares de dívida este ano, o que corresponde a 3,1 por cento PIB do ano de 2019 segundo a agência de notação financeira Fitch Ratings.

A Fitch Ratings considera que Angola será o país mais beneficiado com uma posssível extensão da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) do G20, podendo “poupar” o equivalente a 4,3 por cento do PIB.

De acordo com dados dos pagamentos devidos, publicados pelo Banco Mundial, só cinco dos 22 países que a Fitch avalia, e que são elegíveis para participar na DSSI, podem ver os requisitos de financiamento para este ano reduzidos em mais de um por cento, sendo o benefício para Angola o mais elevado, com 4,3 por cento.

Os dados vêm descritos no relatório sobre o impacto da adesão dos países mais vulneráveis à iniciativa do G20.

Segundo o documento enviado aos investidores, que a Lusa teve acesso, dos países elegíveis, Angola, Moçambique, República do Congo e Laos, apenas este último não se candidatou à iniciativa organizada em Abril.

Esses países pretendem suspender os pagamentos de dívida oficial bilateral até final deste ano, mas em Novembro pode ser prolongado para até final de 2021, devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus nas economias mais fragilizadas.

“Uma extensão da DSSI do G20 para os países dos mercados emergentes é provável, possivelmente na reunião de Novembro, o que amplificaria os benefícios desta iniciativa”, escrevem os analistas da Fitch Ratings, detida pelos mesmos donos da consultora Fitch Solutions.

Até agora, foram mais de 40 os países, incluindo Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que pediram para participar desta iniciativa, que não abarca a dívida a credores privados, que teria de ser tratada separadamente.

“O G20 encorajou os investidores do sector privado para darem alívio de dívida em linhas similares às do alívio providenciado ao abrigo da DSSI, mas isto não é um requisito para a participação”, nota a Fitch.

Acrescenta que “até agora nenhum dos países que participam na DSSI disse publicamente que iria tentar ter um tratamento similar dos credores privados, o que reflecte, em parte, as preocupações sobre o acesso aos mercados financeiros”.

À excepção da Moody's, as outras duas principais agências de notação financeira consideram que a participação na iniciativa não implica, necessariamente, uma descida do “rating”, mas a Moody's argumenta que a participação implica um enfraquecimento da posição financeira e, por conseguinte, uma descida no “rating”.

“A Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida foca-se apenas na dívida aos credores oficiais, que não é coberta pela definição de ‘default’ da Fitch”, salientam os analistas.

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