Podemos imaginar a noite briosa, o nascimento extasiante do dia 11 de Novembro de 1975. É a maior conquista de todos os angolanos. Guardamos reminiscências daquela madrugada. Ainda hoje, rejubilantes, nos rendemos e entregamo-nos consumidos por vagas de avalanches de memórias vivas.
Ricardo Soares de Oliveira, professor catedrático de Ciência Política na universidade Sciences Po, em França, e investigador sénior na Universidade de Oxford, onde é co-director do programa de governação africana, e autor do livro Magnifica e Miserável: Angola desde a Guerra Civil (Tinta-da-China) esteve em Junho em Angola e deixou o país com a convicção de que as estratégias de diversificação económica não foram bem-sucedidas e "um dia destes", em Angola, "não haverá dinheiro para alimentar as massas críticas do regime", que estão "alienadas" e "zangadas"
Oficiais de justiça angolanos prometeram hoje avançar com uma petição para exoneração do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, devido ao seu "silêncio" face à greve em curso, denunciando ainda ameaças de responsáveis de conservatórias contra funcionários grevistas.
O líder do Chega, André Ventura, criticou hoje as declarações do Presidente angolano sobre o colonialismo português e a reação de Marcelo Rebelo de Sousa, que quer ver condenada pelo parlamento.
O Procurador-Geral da República (PGR), Hélder Pitta Gróz, reafirmou nesta quinta-feira, em Luanda, que os processos criminais, envolvendo cidadãos nacionais nos casos mediáticos de corrupção, continuam em fase de instrução preparatória.
Ontem, 11 de novembro, Angola celebrou o 50º aniversário de sua independência. Em julho, os angolanos protestaram ao longo de várias semanas, registando-se dezenas de mortos e centenas feridos e de presos.
Os bilhetes para o particular entre Angola e Argentina, no estádio 11 de Novembro, em Luanda, estão esgotados, anunciou hoje a Federação Angolana de Futebol, a dois dias da realização do jogo.
A ex-primeira-dama do Gabão e o seu filho foram condenados na terça-feira à revelia a 20 anos de prisão por desvio de fundos públicos e branqueamento de capitais, noticiaram hoje meios de comunicação social locais.
A Amnistia Internacional pediu hoje justiça para o ativista Inocêncio de Matos, morto há cinco anos por supostos disparos policiais numa manifestação em Luanda, apelando às autoridades angolanas que revelem o resultado das investigações sobre o caso.
Há 50 anos atrás, à meia noite, em Luanda, Agostinho Neto (MPLA) proclamava a independência. No mesmo momento, Holden Roberto (FNLA), no Ambriz, e Jonas Savimbi (UNITA), em Huambo, faziam o mesmo. A partir daí, é colocado o fim do regime colonial português e se reinicia a guerra civil que duraria até 2002, com a vitória do MPLA e começava uma nova era de euforia e incerteza.