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Terça, 14 Abril 2015 21:31

Sugerida rigidez na contratação de jogadores no exterior do país

A criação de regras mais rígidas sobre a contratação de jogadores no exterior do país, sobretudo estrangeiros, foi sugerida hoje, terça-feira, na província do Huambo, pelo presidente local da associação de futebol, António do Rosário Machado de Lemos.

Em declarações à Angop, para abordar o impacto dos futebolistas provenientes do estrangeiro para actuarem no Girabola, o ex-médio da selecção nacional afirmou que a falta de rigidez no processo de contratação tem feito com que muitos jogadores de menor qualidade, vindos do estrageiro, estejam a ocupar lugares que deviam ser para jovens atletas formados localmente.

"O que se assiste actualmente é muito triste. Por falta de regras, os clubes estão a ir contratar no estrangeiro jogadores com qualidade medíocre, alguns até mais fracos comparando aos talentos que despontam nas camadas de formação", desabafou.

Para António do Rosário Machado de Lemos, é necessário estabelecer critérios objetivos para avaliar se um jogador proveniente do estrangeiro tem ou não condições para acrescer qualidade ao futebol nacional, medida esta que deve ser abrangente aos treinadores.

Aos que não são angolanos, o presidente da associação de futebol da província do Huambo é de opinião que só devem ser contratados para o Girabola os que tenham representado selecções dos seus países, ao passo que aos nacionais deve ter-se em conta o bom desempenho nas equipas em que actuaram.

Para o ex-capitão do Benfica do Huambo, Petro de Luanda e Sagrada Esperança da Lunda-Norte, clubes que representou entre 1980 e 1999, além de ter passado pelo Sonangol do Namibe, a qualidade do futebol angolano está a ser afectada negativamente pela presença em massa de jogadores, nacionais e estrangeiros, provenientes do exterior, muitos deles já em idade avançada e de menor talento.

Ao implementarem-se regras rígidas no processo de contratação no exterior do país, António do Rosário Machado de Lemos acredita que haveria mais espaço para jovens jogadores demonstrarem suas potencialidades no Girabola, ao mesmo tempo em que os clubes passariam a preocupar-se mais com a formação.

"É extremamente importante inverter o quadro actual, à semelhança do que acontece em outros países cujos campeonatos são de qualidade aceitável. Limitar a contratação no estrangeiro significa potenciar a progressão dos jogadores que são formados localmente, para terem um papel de primeiro plano nos clubes do país e serem selecionáveis", argumentou.

Actualmente a Federação Angolana de Futebol orienta que os clubes inscrevam cinco jogadores estrangeiros, sem ter em conta critério algum na contratação dos mesmos, e sobre angolanos que evoluíam fora do país não há limitação nenhuma.

Estima-se que em cada uma das 16 equipas presentes no Girabola, designação do campeonato nacional de futebol da I divisão, haja um ou mais estrangeiros, o mesmo aplica-se aos que regressaram ao país após jogarem no estrangeiro.

ANGOP

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