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Segunda, 09 Novembro 2015 10:56

Governo mais conservador do que FMI na previsão de crescimento para 2016

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento de 3,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola em 2016, acima das previsões que o próprio Governo angolano leva ao parlamento a 17 de novembro.

As previsões da proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o próximo ano antecipam um crescimento do PIB real de 3,3%, uma quebra face aos 4%, estimados também pelo Governo, para este ano.

Menos conservadora é a previsão do FMI que, no recente relatório sobre as consultas anuais com o Governo angolano, antevê um crescimento de 3,5% do PIB de Angola em 2016, semelhante à expectativa que mantém para este ano.

"É provável que em 2016 a conjuntura económica continue a apresentar desafios, pois não se espera que os preços internacionais do petróleo recuperem e os riscos são negativos", alerta o FMI no mesmo relatório.

O Fundo admite um crescimento de 4% no setor petrolífero angolano no próximo ano e a expectativa para o setor não petrolífero "de uma ligeira melhoria, com crescimento homólogo de 3,4%, impulsionado sobretudo pela recuperação mais robusta da agricultura".

A inflação deverá abrandar para 13% no final de 2016, "sendo de prever que o efeito da recente restritividade monetária seja sentido de forma mais clara no segundo semestre de 2016", aludindo à crise de falta de divisas no país, decorrente da quebra com as receitas petrolíferas angolanas.

No OGE que começa a ser debatido e votado, na generalidade, a 17 de novembro no parlamento angolano, o Governo prevê que o crescimento do PIB seja sustentado pelo aumento de 4,8% da produção petrolífera, que "registará uma aceleração para 1,89 milhões de barris por dia".

Trata-se de um incremento de 90.000 barris por dia, em consequência do aumento esperado da produção petrolífera nos blocos Cabinda, 3/05, 14 e 15/06 e da entrada em produção dos projetos mafumeira, no bloco 0, Polo Este, no bloco 15/06, e Satélite Kizomba A e B - fase 2 no bloco 15.

Apesar do crescimento, as contas públicas angolanas deverão a apresentar novamente um `buraco` em 2016.

Na origem dos défices de 2015 (4,2%) e 2016 (5,5%) está a crise da cotação do petróleo no mercado internacional, em quebra há mais de um ano, o que fez as receitas angolanas com a exportação de crude a caírem para metade.

Orçado em 6,429 biliões de kwanzas (43,7 mil milhões de euros), o OGE para o próximo ano prevê um crescimento PIB (3,3%) que é metade do estimado em março para 2015.

Ainda segundo o documento, e excluindo empréstimos e serviço da dívida, o Estado prevê gastar no próximo ano 4,295 biliões de kwanzas (29,1 mil milhões de euros), e cobrar apenas 3,514 biliões de kwanzas (23,8 mil milhões de euros).

Lusa

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