Durante o seu discurso, no âmbito do relançamento da Frente Patriótica Unida (FPU), adiantou que o lançamento da FPU, "na altura" foi um sucesso, porque veio demonstrar que sob a bandeira do interesse nacional é possível que patriotas de diferentes inspirações possam trabalhar juntos na edificação da Pátria Mãe, que tantos esperaram e que a Frente realizou.
No seu entender, a proclamação da Tripartida expôs o regime à sua real debilidade, ao ponto de abraçar com desespero um acto de autêntico suicídio do Estado de direito e democratico, tendo o Acórdão 700/2021 proporcionado uma conclusão generalizada e um extraordinário consenso nacional, concretamente a urgente e absoluta necessidade da mudança de regime, porque está totalmente esgotado e a usar os tribunais para criar instabilidade política, instabilidade social e instabilidade económica.
Sim, admitiu, a anulação do Congresso da UNITA teve consequências internas e internacionais, no que respeita a falta de confiança nas instituições angolanas.
Considerou igualmente que, o poder congregador, mobilizador da Frente Patriótica foi de tal modo aplaudido, de tal sucesso, que obrigou a abater referentes do Estado de Direito, derrubando em definitivo a independência do poder judicial, colocado ao mando das ordens superiores, anunciado por uma imprensa estatizada e instrumentalizada, obrigada a anunciar a anulação de um Congresso, aplaudido pelo país real, que o acompanhou, que o fiscalizou, que o elogiou e que o festejou de forma efusiva, em Novembro de 2019.
"Por tudo isso a anulação do Congresso de 2019 perturbou a estabilidade política nacional, preocupou o país inteiro, que reagiu com indignação. A sociedade compreendeu os riscos e reagiu fortemente, com imensa coragem, denunciando os atentados à Constituição e ao Direito", relatou, acrescentando que a instrumental decisão de anular o Congresso da UNITA, teve um efeito boomerang sobre o mandante.
A reserva moral e intelectual, apontou, tomou posições fortíssimas e nós, injustiçados e perseguidos pelo Estado partidário, hoje e aqui fazemos uma vénia e saudamos: a longa lista dos “fazedores de opinião”, membros da sociedade civil, jornalistas, académicos, profissionais do direito, magistrados, bastonário da Ordem dos Advogados, as Igrejas, ilustres paladinos que se encarregaram de desmontar e condenar este Acórdão e os seus autores.
Assim, assegurou ficar a certeza de que tal nunca mais ocorrerá, pois estariam todos a ser coniventes com a morte da democracia, a morte da esperança de estabilidade e desenvolvimento do país.
"O interessante é que os autores e mandantes, daquela iniciativa, estão hoje a provar do seu próprio veneno!
Hoje mais do que nunca os angolanos mostram a sua firme decisão de mudança. Habita-nos a plena certeza de que em 2022 vamos vencer as eleições! Esta é uma onda contagiante e visível em todo o território nacional", disse ACJ.
Ainda em declarações, garantiu que a fraude vai ser desmontada pelos patriotas, que unidos vão defender a segurança do voto e vão dizer não aos interesses pequenos que têm inviabilizado a assunção de uma Angola inclusiva, estável e que, com trabalho, disciplina e rigor, assuma o rumo do desenvolvimento.
"Eis-nos aqui a efectuarmos o relançamento da Frente Patriótica Unida, mais forte e com maior amplitude consensual do que antes! A UNITA realizou um novo XIII Congresso, onde fui de novo eleito e onde cada Delegado reafirmou a importância desta Frente, que abraçámos para conquistarmos a alternância democrática e através desta a dignidade e a verdadeira democracia para o Povo Angolano", adiantou.
A Frente Patriótica Unida, descreveu, é muito mais do que uma plataforma entre três entidades políticas mas sim o estuário, o núcleo de uma onda que unindo todos os angolanos junta o País do Norte ao Sul, de Cabinda ao Cunene, do Leste ao Oeste, do Luau ao Lobito, sendo igualmente agregadora, uma ferramenta para todos os angolanos que sentem e sabem que chegou a hora de reconstruir o País, edificar uma sociedade mais justa e democrática, uma sociedade onde não existam bolsas de fome, onde não exista tanta miséria, tanta pobreza, tanto desperdício, tanta corrupção, tantos negócios escuros, tantas “ordens superiores”.
"A Frente Patriótica Unida, quer apelar a todas as mulheres, às mães deste país, a toda a juventude, essa juventude que se sente frustrada, desamparada, sem perspectivas de futuro, sem emprego, vitimas de uma educação de pouca qualidade, e muita dela sem ter tido acesso à escola, essa juventude que não tem emprego ou vive na informalidade; a FPU faz um apelo a essa juventude que venha connosco, com disciplina, com vontade, construir agora, neste momento, um novo País, uma nova realidade, uma nova sociedade, sobre uma nova liderança", conforme ACJ.
Para todos os quadros nacionais, sejam superiores, médios, de empresas privadas, sejam do Estado, Adalberto Costa Júnior convidou a que vão com a Frente trazendo consigo as suas ideias, anseios e suas propostas.
De acordo ainda com Adalberto Costa Júnior, nesta ampla frente para a alternância não existirão comités de especialidade ou ordens superiores para engavetar soluções, mas existe sim um desejo sincero de trabalhar com todos, todos os que queiram erguer um País que se realiza todos os dias, valorizando o trabalho e a transparência.
"O País tem poucos quadros e por isso o futuro precisa de todos os quadros. A Frente não quer distinguir, não vai distinguir, se os quadros foram do partido A ou do partido B, ou se nunca tiveram partido. O nosso propósito é trabalhar com todos os quadros que queiram realizar Angola. É hora de todos darem um passo em frente, é hora de agir. Não esperem por Agosto. A hora é agora!", apelou.
A Frente Patriótica Unida manifestou solidariedade e encorajou os enfermeiros, os médicos, os trabalhadores da função pública, os professores, e a todos os que se dedicam a fazer o melhor que podem todos os dias e a quem o Estado, o governo falha diariamente, não lhes dando condições dignas para trabalharem, não lhes dando nem instalações nem materiais apropriados, e pagando-lhes salários que mal lhes dá para sobreviverem.
"Nós estamos convosco, lutaremos convosco agora e pretendemos trabalhar convosco para depois de Agosto arregaçarmos as mangas e sermos o exemplo que lidera a locomotiva. Uma nova liderança comprometida em servir o País. A liderança que o País há muito espera", prometeu.
A Frente Patriótica Unida deseja também apoiar e conversar com todas as instituições religiosas, todas as ong’s que se preocupam e trabalham no meio do Povo e para o povo angolano, procurando minorar diariamente as dificuldades das comunidades, mitigar a fome, e a pobreza das populações. "Queremos a vossa ajuda. Queremos trabalhar convosco, porque conhecem os problemas e sabem onde eles existem. Estamos convosco nessa luta diária".
A Tripartida falou também para as forças de Defesa e Segurança, apelendo-as que esta é a hora dos patriotas, uma altura em que o País precisa de todos, sendo as forças os defensores e servidores do Estado angolano e não funcionários de algum partido político.
Nestes termos, observou que um polícia defensor do Estado, das suas populações, respeitador da Constituição, não pode estar contra uma manifestação pacífica, não dispara contra manifestantes que informaram da sua intenção. "Vós sois também vítimas do Estado Partidário.
Angolanos, chegou a hora de construir o futuro. Não é em Agosto ou em Setembro. É AGORA. Chegou a hora da alternância. Chegou a hora de escolher entre a corrupção e as soluções que não funcionaram durante 46 anos e o futuro. Nós somos o futuro".
"Kennedy (o Presidente americano assassinado em 1963) disse: Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela. Nós dizemos: Não perguntes o que Angola pode fazer por ti! É hora de seres tu a fazer por ti e por Angola. Nós estamos mais convictos do que nunca. Mais fortes do que nunca. Vamos trabalhar com os angolanos competentes. Vamos realizar uma transição estável. Angola tem todas as condições para recuperar da crise, combater a fome e a pobreza e realizar o sonho, legítimo de cada angolano, de cada família", contou.
As famílias devem ser protegidas, segundo defendeu, porque é no seio da família que se inculcam os valores éticos, morais e educacionais, de uma sociedade sã e trabalhadora.
"Que cada família angolana nesta quadra Natalícia recupere o melhor da solidariedade africana e partilhe com os seus irmãos, que vivem momentos difíceis. Há imensa miséria, imensa pobreza e desemprego, que podem ser aliviados com um abraço, com uma partilha, com uma palavra e um gesto de conforto. Tenho fé que o amanhã será melhor e que Deus nos proteja e ajude o nosso país a vencer os seus desafios", rematou, alertando a que todos vão ao Registro eleitoral, pois Angola carece de diálogo institucional, de mais concertação e de mais inclusão.