Segundo uma nota chegada à ANGOP, os deputados, afectos ao Círculo Provincial do Cuanza-Norte, estavam, alegadamente, envolvidos num grupo de cidadãos que interditaram a Estrada Nacional N°230 e impediam a circulação de veículos.
De acordo com o documento, a corporação tomou conhecimento do incidente, por via de uma denúncia pública, e de imediato foi ordenada uma intervenção policial.
No local, as forças da ordem confirmam a presença de aproximadamente 50 cidadãos “trajados com indumentárias pretas, alegadamente, em protesto às mortes de anciãs nos campos de cultivo, registadas recentemente na província”.
Durante as acções de reposição da ordem, os cidadãos envolvidos insurgiram-se contra os agentes em serviço, tendo sido recolhidos para a esquadra mais próxima seis cidadãos, que, depois de devidamente identificados, se percebeu a presença de dois deputados.
Identificados, os parlamentares foram imediatamente postos em liberdade, refere a nota, explicando que, pouco depois, os mesmos voltaram às ruas e protagonizaram novos actos de desobediência e desordem pública.
Essa situação, acrescenta o informe, obrigou os agentes a procederem novas detenções para a reposição da ordem, devendo os detidos ser presentes ao Ministério Público ainda hoje, segunda-feira.
O Comando Provincial da Polícia no Cuanza Norte apela à calma e à tranquilidade, reiterando o seu compromisso firme de continuar a garantir o asseguramento da província, contando com a colaboração de todos os cidadãos.
Contactado pela ANGOP, em Ndalatando, o deputado Francisco Fernandes Falua, secretário provincial da UNITA no Cuanza-Norte, um dos visados, confirmou estarem os dois parlamentares em liberdade desde domingo.
Entretanto, num comunicado tornado público, o Grupo Parlamentar da UNITA reclama que os deputados Francisco Fernandes Falua e João Quipipa Dias foram vítimas de “violência policial e de detenção ilegal, enquanto exerciam direitos fundamentais protegidos pela Constituição”.
A nota indica que, antes do incidente de domingo, os deputados em causa tiveram uma reunião com o governador provincial e solicitaram esclarecimentos da Procuradoria-Geral da República sobre os constantes assassinatos de cidadãs nas suas lavras.
Em sinal de protesto a tais assassinatos, prossegue, os deputados e cidadãos em geral realizaram, domingo, uma “manifestação pacífica” para exigir as autoridades que investigassem os casos com celeridade.