Em declarações, num vídeo divulgado nas redes sociais e, que o Carta de Angola teve acesso, o humorista observou que os conteúdos que os meninos têm abordado, dizem respeito a maiores de idade, pois falar de emigração, custo de vida no estrangeiro, divisas e economia nacional é, no mínimo uma instrumentalização política dos menores, por parte do mentor do projecto.
No seu entender, os menores estão a usar conteúdos para fazer críticas, quando deviam ser usados para trazer factos mais familiares e, que vão de encontro com a sua idade, tendo em conta o bastante talento destes e a capacidade de fazer bem as coisas. Mas, disse que o mentor está a destruir as crianças, pois o Projecto de humor com esses menores parece mais com campanhas políticas ou partidárias pelo peso dos episódios.
Costa, chamou ainda atenção aos pais dos comediantes, uma vez que, segundo este, os seus filhos têm sido “usados” para abordar esse tipo de assunto que carece de forte intervenção, já que as cenas não passam na televisão para o controlo das autoridades.
Em reacção, o humorista e criador de conteúdos digitais, Miro Vemba, manifestou extrema preocupação e tristeza ao ouvir estas palavras de Costa Vilola, um homem com certa posição no tecido cultural nesta arte. Miro disse sentir-se mal, como jovem angolano que é, quando o discurso de Vilola aponta para questões políticas as cenas que o mentor dos menores tem gravado.
O artista explicou que o Stand-Up comedy está numa fase de evolução, o que permite que os seus fazedores pensem além das suas limitações, trazendo assuntos sociais, económicos, políticos e não só para as populações, mas de forma leve.
Também disse achar muito baixo o facto de Costa Vilola dizer que o mentor está a destruir os menores “Os 150”, afirmando que o jovem que deu iniciativa ao projeto paga escola dos meninos, alimentação e vestuário.
Nestes termos e, apelando que não tem problema com o humorista nem com alegados problemas que tenham havido com Gilmário Vemba (irmão de Miro e ex-Tuneza), Miro acusou Costa Vilola de censurar e querer destruir o Projecto com o seu discurso e disse que se for analisado ao fundo, os conteúdos políticos são de Costa (General Foge a Tempo) que está sempre a defender um lado.
“Costa Vilola interpreta o General Foge a Tempo para dar imagem aquilo que os antigos combatentes fizeram pelo país, mas nunca foi General e ninguém lhe critica. Todo mundo elogia e ninguém fala que está a fazer política. Porque é que não se pode falar dos problemas que afectam a sociedade e vão logo dizer que é política?”, conforme Miro Vemba.
Miro revelou, por outra, que há algum tempo, Costa disse aos jovens que se estreavam nesta arte, no espaço “ GozAqui “ que estavam a enveredar por um caminho errado, pelo facto de abordarem activismo político e intervenção social, o que dá a entender que o “General Foge a Tempo” conhece bem o mentor do Projecto “Os 150”.
Assim, Miro Vemba apelou a sociedade angolana a olhar para esses discursos “inflamados” de desmotivação com bastante preocupação e enalteceu o facto de o jovem “Bondoso” ter se tornado numa referência do seu bairro São Pedro da Barra, ao ocupar esses menores com a arte e dar continuidade a formação destes, visto que a zona em que residem facilmente os adolescentes enveredam para o caminho da criminalidade.