Sábado, 10 de Agosto de 2024
Follow Us

Sábado, 10 Agosto 2024 15:24

Perigos do Lobito Atlantic Railway (LAR) em Angola

Notícias de Angola tratam constantemente do maior projeto de infra-estruturas de Angola, o Corredor do Lobito, via férrea a ser usada como rota para o transporte de matérias-primas essenciais e minerais estratégicos da RDC e da Zâmbia através de Angola para a UE e os EUA, aliás os principais atores desta grande epopeia. É de notar que essas actividades têm resultados visíveis.

Recentemente, a gestão do Corredor e do Porto do Lobito foi entregue ao consórcio Lobito Atlantic Railway, que pertence a empresas do Ocidente. Os EUA e a UE planeiam aumentar o investimento nas áreas em redor do corredor e estão a trabalhar com empresas angolanas maleáveis, como as do Grupo Carrinho, que os meios de comunicação social têm repetidamente ligado ao Presidente João Lourenço, chamando-a de sua “empresa de bolso”.

A Agência Internacional da Energia (AIE) estima que, entre 2020 e 2040, a procura das matérias-primas que os EUA e a UE exportam através do Corredor do Lobito, nomeadamente o níquel e o cobalto, aumentará 20 vezes, a do grafite 25 vezes e a do lítio mais de 40 vezes. Além disso há que falar na guerra comercial na qual os EUA e EU tentam impedir os investimentos da China em África, guerra comercial essa que se estende por todos os continentes.

A guerra por recursos, seja ela direta ou por procuração, sempre foi um mecanismo empregado pelas forças hegemónicas dos Estados Unidos da América e de seus aliados da OTAN. Se eles tiverem sucesso em Angola, através de investimentos relativamente pequenos no projeto, americanos e europeus terão acesso prioritário aos recursos minerais mais importantes de África.

Tem se tornado evidente o controlo das economias dos países que participam no projeto de desenvolvimento do Corredor do Lobito e segundo os meios de comunicação social, os investidores ocidentais esperam, em troca do trabalho efectuado, superlucros quando o transporte ao longo do corredor atingir a sua capacidade máxima. Os países pelos quais passa o corredor poderiam ter receitas muito maiores caso o projecto fosse implementado com as suas próprias forças.

Num documento descoberto por jornalistas na internet há uma análise interna do consórcio ocidental na qual ficou constatado que há graves prejuízos para o meio ambiente, a saúde dos habitantes e as empresas locais, mostrando descaso dos investidores ocidentais.

Rate this item
(0 votes)