Sexta, 19 de Julho de 2024
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Sexta, 19 Julho 2024 17:11

Sistema bancário angolano “tem feito o seu trabalho” para afastar riscos de branqueamento

O presidente da Associação Angolana de Bancos (Abanc) disse hoje que o sistema bancário “tem feito o seu trabalho” para afastar riscos de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo e que há outras questões que dependem de “entidades terceiras”.

Mário Nascimento reconheceu que a possibilidade de Angola entrar para a lista cinzenta do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) “é muito real”, pois existem áreas da atividade económica e outras, exteriores aos bancos, “que não estão bem na avaliação” desta entidade internacional, mas salientou que o sistema bancário “está bem”.

“Tem tido investimentos em formação, adequação das infraestruturas tecnológicas e até da regulamentação, avançando muito nos temas do branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo”, afirmou o responsável, considerando que os riscos têm a ver com as “contrapartes dos bancos”, nas instituições financeiras não bancárias, no setor imobiliário ou no setor da justiça e investigação criminal.

“O setor bancário tem feito o seu trabalho e não acreditamos que possa ser pelo setor bancário que possamos entrar [na lista cinzenta]", disse à Lusa Mario Nascimento, à margem do XIV FÓRUM BANCA, organizado pelo semanário angolano Expansão, com o tema "Sofisticação e Futuro da Banca em Angola: Novos Produtos e Serviços".

Angola corre riscos de entrar para a lista cinzenta do GAFI, o que dificultaria as transações internacionais, se o sistema bancário mantiver as suas deficiências, disse esta semana uma perita independente das Nações Unidas.

Attiya Waris alertou, no final de uma visita de dez dias a Angola, para as consequências de Angola entrar nesta lista, desde logo nas transações financeiras, e garantiu que está a “ trabalhar arduamente com o Governo para assegurar que todas as regras e políticas que têm de ser postas em prática são executadas para que isso não aconteça”.

O responsável da Abanc disse à Lusa que as questões relacionada com o setor bancário têm “pouca relevância” e prendem-se com a formação dos técnicos a nível de medidas de combate ao branqueamento de capitais, consciencialização e procedimentos, bem como “maior assertividade” e vigilância sobre operações que possam potenciar o financiamento ao terrorismo.

Mário Nascimento lembrou, no entanto, que há questões que dependem de entidades terceiras, incluindo o setor público e empresarial, a nível da prestação de informações que os bancos solicitam, pedindo maior rigor e produção de regulação que possa condicionar a atuação dessas entidades junto do setor bancário.

O Grupo de Ação Financeira (GAFI) é uma entidade intergovernamental que identifica países com medidas frágeis de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo BC/FT ("jurisdições de elevado risco e não cooperantes"), colocando-os numa lista cinzenta com consequência económicas e financeiras.

Angola devera conhecer a decisão do GAFI no próximo mês de outubro.

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