“Espera-se que, até 2050, a nossa população aumente dos atuais 35 milhões para perto de 70 milhões, pressupondo-se já a redução da taxa de fecundidade – uma das mais altas do mundo – de cerca de 5,4 filhos por mulher para 3,2”, disse hoje o secretário de Estado do Planeamento de Angola, Luís Epalanga.
De acordo com o governante, a redução da taxa de fecundidade do país deve garantir um futuro sustentável para Angola, porque a medida deve permitir que a população cresça a um ritmo que permita melhores condições de vida a todos os angolanos.
“Isto é crucial para potenciar o nosso dividendo demográfico como uma verdadeira fonte de riqueza e desenvolvimento. Um foco especial na educação e na forte melhoria do acesso à contraceção será fundamental”, disse.
Luís Epalanga, que falava no ato celebrativo do Dia Mundial da População, que hoje se assinala, salientou também que o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 definiu como uma das principais prioridades a “adequação da dinâmica demográfica ao potencial económico do país”.
Economistas angolanos estimam que o crescimento populacional anual no país varia entre os 3% e 3,5%, situação que “pressiona de forma significativa a oferta de produtos na economia”.
Para a adequação da dinâmica demográfica ao potencial económico, o Ministério do Planeamento angolano e o Fundo das Nações Unidas para a População definiram um plano de ação conjunto.
O secretário de Estado do Planeamento assegurou, na sua intervenção, que o referido plano permitirá a elaboração do Plano Nacional de Aproveitamento do Dividendo Demográfico em Angola, com base nos resultados do Censo Geral da População e Habitação 2024, cujo início foi remarcado para 19 de setembro próximo.
Sinalizou igualmente que ainda no quadro do PDN 2023-2027 será dada prioridade a projetos nas áreas da igualdade de género, populações vulneráveis e sustentabilidade ambiental.
“Com este instrumento (Plano Nacional de Aproveitamento do Dividendo Demográfico), estamos convencidos de que o país há de reforçar as medidas de políticas necessárias para enfrentar os desafios decorrentes de uma população em ritmo crescente e maioritariamente jovem”, frisou.