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Sexta, 24 Novembro 2023 17:09

Crescimento de mesquitas e fiéis “é reconhecimento prático” do islão em Angola - Sheikh Muhammad

O presidente do Conselho Islâmico de Moçambique (CISLAMO), Sheikh Aminuddin Muhammad, disse hoje, em Luanda, que o Islão tem um reconhecimento prático em Angola, apontando o crescimento do número de mesquitas e de fiéis em todo o país.

Em declarações no final de um culto na mesquita Ebad Al Rahman, no Distrito Urbano do Zango 0, município de Viana, em Luanda, o responsável considerou que o Islão pode não estar reconhecido formalmente em Angola, mas existe um reconhecimento prático.

“Porque só o facto de vermos essas mesquitas todas, a sua frequentação, é sinal de que tudo isto, na prática, está reconhecido, o importante é isso, quer dizer os cidadãos terem aquela liberdade de adorarem, frequentar as mesquitas, estudarem e não só, dar o seu contributo para o desenvolvimento da moral e da sociedade no país”, respondeu à Lusa.

O líder do CISLAMO, que cumpre o seu terceiro dia de visita a Angola, onde esteve pela última vez em 1986, realçou o desenvolvimento social do país lusófono e também do Islão, neste período, recordando que há 37 anos havia apenas em Angola uma mesquita inacabada.

“Isto é sinal de crescimento, porque na altura, quando eu vim, tinha apenas uma mesquita inacabada, hoje graças a Deus já frequentei tantas mesquitas em três dias que estou aqui, então, isto é sinal de crescimento e é bom sinal”, realçou.

A religião islâmica ainda não é reconhecida pelas autoridades angolanas, quando o país conta com centenas de mesquitas e milhares de fiéis, entre angolanos e estrangeiros residentes.

A ex-ministra da Cultura angolana Carolina Cerqueira anunciou, em janeiro de 2019, no parlamento, durante a discussão na especialidade da Lei sobre a Liberdade de Religião, Crença e Culto, que o Governo "acompanha a evolução do islamismo no país" e que "brevemente tomaria uma posição".

Hoje, o Sheikh Aminuddin Muhammad sublinhou que a falta de reconhecimento oficial do Islão em Angola trava o desenvolvimento de ações sociais no país, “porque não há uma entidade" com quem possam "lidar oficialmente”.

“Espero que esta fase esteja ultrapassada para que possamos dar passos nesse sentido”, disse, assinalando que o reconhecimento das autoridades deve concorrer para a canalização, inclusive, de ajudas e outras ações sociais.

Sem qualquer contacto mantido com as autoridades oficiais angolanas nestes dias de visitas e encontro com os muçulmanos em Luanda, o líder islâmico considerou igualmente que os desafios do islão são similares aos desafios universais.

“Os desafios são os mesmos, o Islão é uma religião universal, é uma religião que defende a paz, que luta pela moralização da sociedade e todos vocês também sabem quais são os desafios que nós como sociedade enfrentamos, os problemas sociais”, sustentou, citando a imobilidade, a droga, o álcool, a falta de respeito e a desonestidade, como males sociais que também dizem respeito aos muçulmanos.

O presidente do CISLAMO dirigiu o culto naquela mesquita, onde acorreram dezenas de fiéis, contando com receção calorosa e ainda momentos de “selfies” e diálogos com os jovens no final da sessão.

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