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Domingo, 10 Setembro 2023 11:05

Órgãos de comunicação voltarão às mãos dos "marimbondos"?

À DW, analistas dizem que é "inevitável" que os órgãos de comunicação social e outras instituições recuperados pelo Estado no âmbito da luta contra a corrupção em Angola parem nas mãos dos chamados "marimbondos".

O Governo de Luanda anunciou em finais de agosto que órgãos de informação como a TV Zimbo, parceira da DW, a TV Cabo, a Angola Telecom, entre outros, serão privatizados.

Em entrevista à DW África, o analista angolano Agostinho Sicatu começa por duvidar que estas empresas sejam vendidas em bolsa. Mas de uma coisa tem a certeza: os compradores serão os chamados "marimbondos" - como são conhecidos os cidadãos que enriqueceram à custa do dinheiro do Estado.

Para Agostinho Sicatu, "se for concretizado o método que foi anunciado para a privatização, será inevitável parar nas mãos de 'marimbondos' porque a venda em bolsa é diferente, não permite a tal transparência que se deseja". Entretanto, o analista frisa: "Não acredito que será vendido em bolsa".

Transparência

Sicatu questiona a transparência nos concursos realizados em Angola, frisando que nem sempre é aplicada a lei em todas as fases dos processos de privatizações.

Ainda assim, o politólogo diz acreditar que desta vez vá ser diferente e que, "se forem cumpridos os pressupostos que a lei define", o "processo será transparente".

"[Se o processo] for acompanhado, se for fiscalizado, e todas as etapas forem seguidas convenientemente, acredito que o processo poderá ser transparente", afirma.

Controlo da imprensa

Já o jornalista e analista Ilídio Manuel diz que não vê em Angola grandes magnatas interessados em investir na imprensa. O que poderá acontecer, prevê, será a compra destas instituições como, por exemplo, a TV Zimbo, por pessoas próximas ao poder para poder controlar a sua atuação.

"Como a imprensa não dá lucro, não temos pessoas interessadas ou muito inclinadas. Aliás, se elas o fizerem, poderão estar a mando do partido governante no sentido de se manter o controlo da própria comunicação social", afirma. DW

 

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