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Segunda, 23 Janeiro 2023 16:56

Médico Adriano Manuel minimiza falta de humanismo dos médicos ao celebrar sucesso nas cirurgias e “atira-se” contra MPLA

O presidente do Sindicato dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, minimizou a falta de humanismo “apontadas por várias outras entidades e profissionais da saúde” contra os médicos que celebraram sucesso nas cirurgias na província do Uíge, em comparação com a atribuição de verbas do OGE ao combate à malária, através de documentos aprovados pelo MPLA, constatou Angola24Horas.

Em seus pronunciamentos num grupo virtual, nesta segunda-feira 23, Adriano Manuel admitiu que houve uma dose a mais da parte dos seus colegas, o que lhe pareceu um não problema, pois, o doente ainda no bloco operatório na altura das filmagens, de certeza que no final da cirurgia teria sido submetido a antibiótico terapia para germes que de certeza vão cobrir para os agentes da flora oral, que nem se quer são mais perigosa, se tiver que ser relacionado com as do bloco operatório, de muitos hospitais que não são desinfectados hà muitos anos.

A reacção do profissional da saúde surge na sequência de várias críticas da sociedade, um facto que no seu entender não é uma atitude que periga tanto a vida de pacientes, se comparando com atitude do governo de angola que a mais ou ano e meio deixou de financiar hospitais por 4 meses, permitindo que morressem centenas de angolanos.

“Não me parece falta de humanismo, se tivermos que comparar a conduta desumana dos deputados do MPLA que aprovaram um orçamento assassino, onde a malária que é sem sombras de duvidas a doença que mais mata tem um orçamento menor do que o do covid”, denunciou.

Mais ainda, afirmou que “os deputados do MPLA chegaram à aprovar um orçamento em que o programa da primeira-dama Nascer Livre para Brilhar, teve um orçamento maior que o da malária, que se não fosse a coragem do presidente da República provavelmente por vergonha retirou deste programa e aumentou ao programa da malária”.

“Ja choramos muito todos os dias por mortes que deveriam ser evitadas, tudo por causa destes gatunos bandidos que têm coragem de aprovar um orçamento assassino”, acusou, Adriano Manuel.

Vale lembrar que, neste domingo, foi divulgo nas redes sociais um pronunciamento de outro médico, Pediatra Jeremias Agostinho, onde ao comentar sobre o ocorrido mostrou-se imparcial, antes mesmo de dizer que, toda cirurgia tem um momento pré, intra e pós cirúrgico é que, ouvir música durante a cirurgia pode até ser normal.

“No caso do vídeo, os colegas comemoravam o êxito da cirurgia e da campanha de cirurgias gratuitas que efectuaram em uma das províncias. Ate aí tudo bem. Os colegas só exageraram na dose dos festejos, por ser num local onde existe um ritual ético, deontológico, de sepsia e antissepcia a ser cumprido com muito rigor”, conforme Jeremias Agostinho.

Salientou igualmente que a paciente em causa (a última da campanha) já estava semi acordada, ou seja, a cirurgia estava mesmo no fim. “Então, era só terminar o processo todo, colocar a doente no recobro (pós operatório) e depois comemoravam na sala de repouso médico”.

Jeremias Agostinho apelou, por último que é preciso ser sincero para que nenhum colega ou equipa cirúrgica tenha igual atitude.

À isso, Adriano Manuel lembrou que “o próprio Jeremias já observou equipas inteiras no hospital pediátrico a chorarem por causa da elevada mortalidade. Ja observamos num banco de urgência em que chegaram 18 cadáveres da periferia e mais 18 que morreram no banco de urgência do hospital pediátrico David Bernardino”.

Na sua opinião, quando um grupo de médicos realiza mais do 100 cirurgia em três dias sem nenhuma morte, é um motivo de júbilo, numa província com carência de especialista em cirurgia com uma grande lista de espera.

Também profissional da saúde e docente, o quadro da UNITA, Maurilio Luiele admitiu que os médicos têm todo o direito de comemorar os sucessos profissionais que alcançam da mesma gorma que sofrem com as agruras dos seus pacientes.

“Mas convenhamos, há neste vídeo um excesso que roça a desvio ético e deontológico. Basta lembrar que o Bloco operatório tem regras muito rígidas de utilização e circulação que são eesenciais para prevenir infecções intraoperatórias. Reparem que pelas imagens ainda não se encerrou por completo a ferida operatória e anda gente sem máscara a cantar e a falar alto, expelindo microorganismos da flora bucal para o ar com potencial para infectar a ferida”, observou, Luiele.

Por outra, considerou que estes profissionais devem no mínimo ser objecto de repreensão pública. “Seria uma forma de reabilitar um pouco a nossa imagem que acredito que ficou bastante afectada com este video que está a ser amplamente disseminado pelas redes”.

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