O longo despacho revela em pormenor como companhias controladas por Isabel dos Santos foram usadas para alegadamente receberem fundos da companhia de telecomuniações UNITEL formada com fundos da Sonangol.
Uma dessas companhias é a Vidatel Ltd que, segundo o despacho foi constituída em Dezembro de 1999 nas Ilhas Virgens britânicas e “cuja beneficiária efectiva é Isabel José dos Santos”.
“Entre 14/12/1999 e 16/11/2017 Tatiana Cergeevina Regan, mãe de Isabel José dos Santos constou como única diretora da Vidatel Ltd”, diz o documento que não revela contudo se a mãe da empresária teve algum beneficío monetário ou outro dessa posição ocupada durante 18 anos e em que mais de 600 milhões de dólares foram transferidos para essa companhia.
O despacho afirma que que a Sonangol investiu quase 49 milhõe de dólares para “instalação da infraestrutura da rede GSM” para telefonia móvel mas “por razões desconhecidas a licença da rede GSM não foi atribuída à Sonangol que na verdade é a real investidora tendo sido entegues à UNITEL S. A.”.
A Vidatel era um dos três accionsitas da UNITEL e, segundo o despacho, nunca efectuou qualquer pagamento a favor da Sonangol “a título de devolução”.
O documento diz que existem “claramente indícios de crime de peculato, tràfico de influência, particpação económica em negócio e branqueamento de capitais".
O documento revela que a Vidatel recebeu entre 2006 e 2014, quando a mãe de Isabel dos Santos era a única directora da empresa mais de 653 milhões de dólares, em dividendos que “caberiam ao estado” mas “foram pagos à arguida Isabel dos Santos através da sua empresa Vidatel Limited, permitindo que usasse na constituição de outros negócios”.
A empresária e a sua mãe não reagiram até agora às alegações do despacho ou à sua decisão de aprovar o pedido de congelamento de 1.000 milhões de dólares do património da empresária em companhias sediadas em diversos países.
A mãe de Isabel dos Santos é também conhecida como Tatiana Kukova e desconhece-se onde vive actualmente.
VOA