O missionário da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) Nilton Ribeiro revelou que está a sofrer ameaças contra a sua integridade física e dos membros da sua família por defender as reformas em curso nesta congregação.
“Têm sido ameaças constantes de morte. Ameaças mesmo de maldade: olha te vamos fazer mal. Vamos fazer a tua família desaparecer”, descreve o missionário da IURD, Nilton Ribeiro, que teme pela sua vida, da mulher e dos filhos menores d idade. As ameaças são proferidas presencialmente e por via de mensagens escritas, por pessoas que saem em defesa da ala dos líderes brasileiros por não se reverem nas reformas em curso. “Visto que essas atitudes são repudiáveis, preferimos torná-las públicas para que tais indivíduos possam se rever”, frisou.
Contou que ao comparecer frequentemente ao tribunal para acompanhar o julgamento, em que esteve arrolado entre os declarantes por ser membro do leque de missionários, vezes há em que tem sido abordado por pessoas que os tentam agredir. Acções que consideram terem o fim de os levar a desistirem da reforma em curso que, em seu entender, visa unicamente a melhoria da própria igreja em Angola.
“Dado este facto, por nos sentimos ameaçados por indivíduos desconhecemos até onde são capazes de nos ferir ou machucar, inclusive as nossas famílias, achei por bem tornar público o assunto”, desabafou.
Por ser um dos rostos mais visíveis da comissão de reforma da igreja, que tem como líder o bispo Valente Bezerra Luís, o nosso interlocutor começou sofrer ameaças no princípio deste processo e ao se aproximar da reta final do julgamento, em tribunal de primeira instância, aumentaram o “tom” e a “frequência”.
O líder religioso manifestou que a sua preocupação tornou-se maior pelo facto de os autores de tais acto manifestarem a intenção de atingirem os filhos e a mulher. Além de tornar público o que se está a passar, o teólogo e psicólogo Nilton Ribeiro afirmou que vai, no próximos dias, apresentar uma queixa-crime junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC). Adverte às pessoas que têm alegadamente intentado contra a integridade física dos missionários, que se dedicam a causar a divisão semeando o odio, rebelião e instigam a maldade contra aqueles que são os missionários, que se revejam. “Toda reforma é para uma grande mudança. As reformas são feitas para o melhor, nunca para o pior”, explicou.
Há 23 anos ao serviço da palavra
Alegadamente “tocado pelo Senhor”, aos 13 anos de idade Nilton ingressou nas fileiras da IURD no ramo do discipulado e aos 18 ou 19 anos, já com a maturidade exigida, entrou para a vida ministerial. Actualmente, com 23 anos de vida missionária, conta que jamais pensou que alguma vez fosse ter de lidar com uma situação desta, em que a sua vida e dos membros da sua família estariam a correr risco, tendo como algozes pessoas que serviu com o único propósito de ajudáque las a salvarem as suas almas. Uma missão que o levou a vários países, como Portugal, Holanda, Bélgica e Cabo Verde.
O seu regresso à pátria, por ordem da direcção da igreja, ocorreu meses antes da apresentação do manifesto de pastoral em repúdio a várias acções desencadeadas pela liderança brasileira, que resultou no processo-crime que segue os seus trâmites legais na 4ª Secção de Crimes Comuns do Tribunal de Comarca de Luanda. “Desde que esta situação despoletou, nós estamos a lutar para termos uma nova igreja com outro cariz evangélico, que nada tem a ver com o que anteriormente foi conhecido”, garantiu.
O manifesto pastoral foi tornado público e serviu de base a denúncia de crimes, alegadamente cometidos pela liderança brasileira, apresentada junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e da Procuradoria Geral da República (PGR). “Aí então despoletou a nossa reforma. Fomos ouvidos. Passou a fase de instrução processual e fomos até à fase de julgamento”, frisou, sublinhando que estão a seguir todos os trâmites legais.
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