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Quinta, 12 Dezembro 2019 23:45

Trabalhadores angolanos marcham no sábado em protesto contra aumento do custo de vida

Trabalhadores angolanos marcham, no sábado, para protestar contra o aumento do custo de vida, a precariedade do emprego e a perda do poder de compra, defendendo 80.000 kwanzas (152 euros) como salário mínimo nacional, disse hoje fonte sindical.

"Faça chuva ou sol, sejamos às centenas ou milhares, a marcha vai sair no sábado, com objectivos de protestar a perda do poder de compra dos salários, não há consumo, a instabilidade crescente do emprego", declarou hoje à Lusa o secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação Sindical (UNTA-CS), Manuel Viage.

Segundo o dirigente sindical, além de Luanda, mais cinco províncias angolanas deverão ser palco de marchas no mesmo dia, para "instar as autoridades à aplicação de medidas de políticas de justiça social", face ao actual contexto, considerado desfavorável para o trabalhador.

Manuel Viage apontou a "excessiva agressividade" dos empregadores em estabelecerem contratos a prazo e o "agravamento dos acidentes de trabalho e doenças profissionais" como outras motivações para a realização da marcha.

Angola vive desde finais de 2014 uma crise económica, financeira e cambial fruto de queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional, maior suporte da economia do país, com reflexos negativos para a condição socioeconómica das famílias.

Para o secretário-geral da UNTA-CS, em contexto de crise, a proposta técnica dos sindicatos para o salário mínimo nacional, "devia comportar o valor da cesta básica que a preço de mercado está hoje no valor de 80.000 kwanzas contra os actuais 23.000 kwanzas [43 euros]".

"E agrava-se ainda mais a desvalorização permanente da moeda, que se repercute também no valor dos preços", atirou, sublinhando que nos últimos quatro anos pelo menos "100.000 postos de trabalho foram desactivados em consequência da crise".

Viage manifestou ainda receios que o Programa de Privatizações (ProPriv) do Governo angolano, que compreende 195 empresas e/ou activos públicos a serem privatizados até 2022, atire para o desemprego cerca de 10.000 trabalhadores.

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