Sexta, 21 de Junho de 2024
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Terça, 04 Junho 2024 17:21

Cidadãos criticam FNLA, PRS e PHA por inactividade - Só aparecem nas eleições

Num momento em que os partidos com assento parlamentar buscam inovar suas estratégias para enfrentar os desafios políticos e democráticos que se aproximam, devido às Eleições Autárquicas previstas para o primeiro trimestre de 2025 e às Eleições Gerais em Agosto de 2027, um grupo de cidadãos residentes na província do Cuanza Norte manifestou-se insatisfeito com o desaparecimento dos partidos Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Partido de Renovação Social (PRS) e Partido Humanista de Angola (PHA).

A denúncia foi feita, ao Imparcial Press por um grupo de cidadãos que se considera atento aos fenómenos políticos e sociais, e que acompanha o suposto desdobramento lento dessas forças políticas na região.

De acordo com o grupo, que se diz desiludido com a “prematura morte” dessas agremiações, não há justificativa para que a província do Cuanza Norte continue a contar oficialmente com a presença da FNLA, PRS e PHA, uma vez que, segundo eles, esses partidos há muito deixaram de ser activos nas diversas áreas de Ndalatando.

Ainda segundo o grupo, composto majoritariamente por formadores de opinião que preferiram não se identificar por receio de represálias, a província permanece politicamente bipolarizada, similar à realidade europeia durante a Guerra Fria, dominada por duas forças políticas. Essa situação, segundo eles, prejudica o ainda incipiente sistema democrático angolano.

“Senhor jornalista, com todo respeito, só não podemos nos identificar para evitar represálias. Mas, acredite, a nossa província, politicamente, continua bipolarizada por apenas duas forças – MPLA e UNITA – como a Europa na época da Guerra Fria. E isso é grave, no nosso entendimento, para um sistema democrático ainda em formação como o nosso”, denunciaram ao Imparcial Press.

Um dos membros do grupo, que se identifica como defensor dos “sem voz e vez” naquela região do norte do país, enfatizou a urgência de que os líderes máximos dos partidos em questão, Nimi-a-Nsimbi, Benedito Daniel e Florbela Malaquias, reavaliem seriamente os líderes que nomearam para dirigir as agremiações na província.

(…) se não sabiam, então saibam, senhores presidentes, os vossos partidos, aqui na província, morreram faz tempo. Se não repensarem urgentemente na mudança dos vossos líderes no Cuanza Norte, vamos continuar a ter um território comandado apenas pelo MPLA e pela UNITA. E nós, como grupo de jovens atentos, não vamos permitir que isso continue assim. Não vamos permitir que apareçam apenas em época de eleições para confundir os menos atentos. Ou vocês existem ou não existem, definam-se por completo sob pena de verem suas estruturas vazias. A democracia exige líderes competentes e comprometidos com a causa da Nação, desde a base até o topo. A partir de agora, não permitiremos concorrência desleal“, apelou.

Há quase três anos, desde a realização da última grande festa democrática do país, os partidos mencionados não conseguiram realizar atividades que atraíssem o público, particularmente seus militantes e simpatizantes.

Que tipo de partidos são esses que, após a maior festa democrática em agosto de 2022, nem conseguem realizar atividades que atraiam o público, especialmente seus militantes e simpatizantes? Esses partidos devem ou não continuar no nosso mosaico político-democrático, se quase ninguém os conhece?“, questionou.

Convidado a comentar o assunto, Bartolomeu Dias, especialista em ciência política, considerou grave a postura dos representantes desses partidos na região norte do país e apelou aos presidentes das agremiações para que, num futuro breve, e conforme os estatutos partidários, substituam os líderes ineficazes, visando o crescimento e reconhecimento dos partidos pelos cidadãos locais.

[…] Acreditamos ser o momento para que os presidentes desses partidos comecem a pensar e agir com base na realidade e nos desafios do cenário político angolano. Dito de outro modo, os partidos com assento parlamentar, principalmente, enfrentarão grandes desafios a partir do próximo ano, com as Autarquias previstas para 2025. Portanto, é crucial que esses presidentes partidários comecem a agir, respeitando sempre os estatutos, conforme as circunstâncias e exigências, sob pena de perderem a já pouca credibilidade e simpatia de seus militantes, amigos e simpatizantes. É hora de pensar em pessoas sérias e competentes, senão continuaremos com uma província bipolarizada pela UNITA e MPLA, conforme a denúncia“, apelou.

A redação do Imparcial Press tentou, sem sucesso, obter a versão dos secretários partidários.

Vale lembrar que a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), através do seu presidente, Nimi-a-Nsimbi, emitiu, em tempos, um comunicado informando sobre o escasso número de militantes em todo o território nacional e convocando cidadãos angolanos interessados a se filiar no partido fundado pelo saudoso Holden Roberto.

 
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