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Sábado, 04 Novembro 2023 13:43

Falta de humanismo e sensibilidade do governador do Kuando Kubango

É desolador testemunhar a falta de humanismo e sensibilidade demonstrada pelo governador da província do Kuando Kubango, José Martins, em relação à construção do hospital sanatório de Menongue. Este jovem governador, que anteriormente utilizou o slogan "Yetu Vavenha" ("Agora somos nós") como parte de sua campanha, deixou claro que sua gestão tem sido marcada pela divisão de cargos, desvio de fundos, promoção do tribalismo e regionalismo, em vez de se concentrar na resolução dos inúmeros problemas que afligem nossa província.

Este slogan deveria ter sido um chamado para unir esforços, atrair talentos e desenvolver nossa província. No entanto, na prática, tem sido usado como pretexto para a promoção de interesses pessoais, enquanto as verdadeiras necessidades de nossa comunidade são negligenciadas.

Nossa juventude carece de atividades construtivas em seu tempo livre, mas, em vez disso, testemunhamos a rescisão unilateral de contratos para a construção de campos de futebol e áreas de exercícios físicos. Os terrenos que deveriam ser utilizados para esses fins estão sendo vendidos a instituições privadas, privando nossas escolas da oportunidade de promover a educação física.

Para agravar a situação, as autoridades preferem promover o alcoolismo e a prostituição entre os jovens, em vez de investir em atividades esportivas como uma forma eficaz de prevenção de doenças. Deve-se lembrar que a prática regular de exercícios físicos desempenha um papel fundamental na promoção da saúde comunitária e no combate a várias doenças.

Um exemplo preocupante é a situação da tuberculose em nossa província. Enfrentamos uma epidemia preocupante com mais de 1.500 pacientes, enquanto o atual hospital sanatório de Menongue possui capacidade para apenas 25 pacientes. Isso resulta na necessidade de tratamento ambulatório para a maioria dos pacientes, expondo-os a riscos significativos de transmissão. Em um momento em que as autoridades nacionais e internacionais estabeleceram metas ambiciosas no combate à tuberculose, a falta de infraestrutura adequada é inaceitável.

Essa situação lamentável tem raízes em uma decisão equivocada: quando o presidente visitou nossa província e a ministra da Saúde anunciou uma verba significativa de 6,5 bilhões de kwanzas para a conclusão do hospital sanatório, o governador se sentiu pressionado a enriquecer rapidamente. Ignorando completamente o progresso da obra, ele decidiu encerrar o contrato com a empresa responsável, resultando em desvios financeiros significativos.

O diretor do Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP), conhecido como Picoyoyo, desempenhou um papel crucial nesses desvios financeiros. O que deveria ter sido um projeto essencial para a saúde da nossa província se transformou em um caso sério de má gestão e corrupção.

É fundamental que as autoridades responsáveis intervenham para corrigir essa situação. Nosso povo merece transparência, responsabilidade e compromisso com o bem-estar coletivo. Somente assim poderemos superar os desafios que enfrentamos e garantir um futuro mais brilhante para o Kuando Kubango.

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